O VEXAME DAS GALINHAS NA TERRA DOS “MACACOS”
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La em minha terra
Teve uma competição
Que juntava multidão
Até no alto da serra
Onde a rainha impera
Dá-se início ao jogo
O negócio pega fogo
No contato sai faísca
A plateia nunca pisca
Os macacos ficam loucos
São dois times que disputam
Cada um vai para um lado
Tem o time dos “coitado”
Do outro lado o dos “feroz”
Que quando levanta a voz
Faz todo mundo correr
Goleiro nem bola vê
A zaga fica perdida
Bandeirinha escondida
Finge nem perceber
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Jogo da semi final
De um lado as raposas
Com as suas mariposas
Não tem torcida igual
Do outro lado, muito mal
Tinha um time na linha
Era o time das galinhas
Que parecem estar mortas
Pernas trêmulas e tortas
Com suas coxas fininhas
E o juiz começa o jogo
Galinhas tudo tremendo
A plateia pasma vendo
As galinhas porem ovo
E as raposas de novo
Vai a todas humilhar
Para trás ajoelhar
Querendo passar o tempo
Acabar com o tormento
De tanto gol levar
E jogo ia rolando
Pra desespero geral
Macaco passava mal
Maritaca vomitava
O leão se lamentava
Porque não estava lá
E rugia sem parar
Que se estivesse ali
Não seria bem assim
- nosso time ia ganhar!
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A galinha que era então
A esperança de gol
No jogo antes amargou
Uma grande contusão
O craque da seleção
Foi tirado de campo
Depois de levar um tranco
Da raposa lateral
Que com uma cara de mal
Deixou o povo em prantos
Quebrou a asa esquerda
Que deixou dando de lado
O jogador que coitado
Foi uma grande perda
E não tenha quem entenda
O motivo da agressão
A raposa deu de mão
Arrancou-lhe até as penas
Até mesmo as pequenas
E deixou ela no chão
A galinha que chorando
Foi levada ao hospital
Passando muito mal
Não acreditou quando
Recebeu o memorando
Que estava cortada
Não estava mais cotada
Para estar no outro jogo
Precisava de repouso
Para ter a asa curada
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E abriu-se a porteira
E os burros que aplaudiam
De repente se calaram
E muito desesperados
Com os olhos marejados
Não cantavam mais o hino
As hienas todas rindo
Daquela humilhação
Que àquela seleção
Já ia se despedindo
E os miquinhos que
Foram ao estádio
Muito apaixonados
Aprenderam a perder
Mesmo sem saber
O que estava acontecendo
Com aquele grande elenco
Que eram tão esperados
Para serem ovacionados
Daquele jeito perdendo
Nos dez primeiros minutos
As raposas em conjunto
Afundaram o goleiro
Que não viu nem o cheiro
Do primeiro gol tomado
Dai em diante, coitado
Desse time de galinhas
Que nessa hora jazia
No futebol destroçado
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Naquela altura locutores
Também não entendiam
O que se que sucedia
Nesse dia de horrores
E diziam: meus senhores
Estamos todos sofrendo
Com isso que estamos vendo
Dentro na nossa casa
As raposas nos arrasam
E não estamos correndo
Locutor “papagai gagá”
Que há muito fala jogo
Com o rosto pegando fogo
Já estava a gaguejar
Não aguentava mais falar
Comentarista jamanta
Tinha experiência tanta
Do que estava havendo
Ele mesmo noutro tempo
Entregou jogo pras antas
Tamanduá comentarista
Estava nervoso também
- Isso não me cheira bem
Craque tem que estar na lista
Em carreira como em pista
Pra deixar tudo irado
Deixar o atacante pirado
Para tentar fazer um gol
E acabar com esse show
Desse time alucinado
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E o burro indeciso
Que um dia foi juiz
Nunca sabe o que diz
Ele primeiro diz isso
Depois desdiz o dito
E cria uma confusão
Ele diz que dá cartão
Fala que não foi falta
Tira o que falou da pauta
Um maluco de plantão
A emissora de TV
Que comprou a transmissão
Mostrando a emoção
Do seu povo a sofrer
Vendo seu time perder
Sofrendo uma derrota
Vendo se arrombada a porta
Apela para a comoção
Com muita apelação
- “a galinha não tá morta!”
Tenta esconder o resto
Que está acontecendo
A torcida já correndo
Pra começar o protesto
Indo cada vez mais perto
Do campo de disputa
Sob um Sol filho da puta
Com nervos à flor da pele
De quem com ferro fere
Com ferro vai à luta
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A parcela que um dia
Não queria esse torneio
Rebateram em cheio
Diante de tal covardia
Pois aquilo não podia
Ter gasto tão absurdo
Para mostrar que isso tudo
Poderiam aqui fazer
Isso tudo acontecer
Para receber o mundo
Reformaram o celeiro
Construíram novas trilhas
Afundaram as ilhas
Gastaram muito dinheiro
E gente do estrangeiro
Ocupavam todo canto
E todo aquele pranto
Tornou-se euforia
E o que se via todo dia
Era de causar espanto
Fizeram uma ponte
Para ligar as regiões
Os fracotes e os grandões
Vinham por cima da fonte
Mas virou tudo um monte
De entulho e indignação
Mas a ponte veio ao chão
Teve morte e lágrimas
Mas viraram a página
Não deram atenção
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E o jogo acabou
E acabou também a copa
Para as nossas pernas tortas
Que no final chorou
Ninguém se movimentou
Para dar explicação
Daquela situação
Que envergonhou o país
E agora tem quem diz
Que lá vem revolução
E os campos que fizeram
Vão virar shopping Center
Para enganar a gente
Ou vão virar cemitério
E agora o mistério
E descobrir a verdade
Dizem por toda parte
Que foi tudo vendido
O jogo que foi perdido
Da forma mais covarde
Pena que na nossa terra
A memória é tão curta
Que até nos assusta
Esse bicho que se ferra
Que mesmo numa guerra
Não levantam a bandeira
Levam na brincadeira
Tanta dor e opressão
E na próxima eleição
De novo vai dar bobeira