Sertão danado
Na caatinga do sertão,
não vejo alegria não
somente peleja danada,
despedaçando coração
respirando poeira ar quente
sorriso amarelo sem dente
mãos calejadas,dormentes.
Mão ferida e inchada
que rezam de madrugada
esperando a chuva cair
do céu sem nuvem,sem nada
somente o mormaço de dor
que seca a garganta molhada
deste pobre sonhador
Mais Jesus e bom amigo
Não vai me deixar sem abrigo
Sem meu velho cobertor
Manter a fé cravejada no peito,
Deste falso rezador,mesmo
Que não tenha água, somente
lagrima salgada, dos olhos secos de amor
Esta historia continua,escrita com
mãos nuas e cruas,com gesto meio
brejeiro deste simples brasileiro
que levam nas costas suadas marcas
de enxada encravada ,marcada de ferro braseiro
Mesmo assim não perco a fé,sou filho de sertanejo
nascido neste sertão de fome,mais filho de cangaceiro.
demetrioluzartes