DIRIA ASSIM ZÉ LIMEIRA? - Autor - Zé Roberto

Violão e clarinete

São instrumentos de sopro.

Ví numa roda de côco

A viúva dum cadete.

Montava num cacoete

De mastigar o dedão,

Passava ali um capitão,

E à ela disse um bocado,

E FOI-SE EMBORA APRESSADO,

FALANDO EM REVOLUÇÃO!

Feijão bom é só de rama,

Feito com lenha de anjico.

Mulher que conta fuxico

E faz “miséra” na cama;

Diz o povo que tem fama.

Mas voltando no feijão,

Gostava era Lampião,

Contou-me um dia um soldado,

E FOI-SE EMBORA APRESSADO,

FALANDO EM REVOLUÇÃO!

Tanto fez e tanto faz

Se Pelé foi presidente.

Quem enforcou Tiradentes

Foi um tal de Barrabás.

Vivia pedindo paz,

Golias a um tal Sansão.

Na fuça levou um não,

Deu “nim” Sansão c’um machado,

E FOI-SE EMBORA APRESSADO,

FALANDO EM REVOLUÇÃO!

Capitão e General

Um do outro é diferente.

Capitão já foi Tenente

Aspirante a Marechal.

Vi Getulio falar mal,

No dia da eleição,

Que o povo em nossa nação,

Vota certo e vota errado.

E FOI-SE EMBORA APRESSADO,

FALANDO EM REVOLUÇÃO!

Vi Sao Judas Carioca

Rezar a primeira missa.

Bom mesmo é botar lingüiça

No pirão de mandioca.

Violeiro bom só toca,

Se tiver bom violão,

Fita, e anel no dedão,

Deu Gonzagão o recado,

E FOI-SE EMBORA APRESSADO,

FALANDO EM REVOLUÇÃO!

No tempo do pai divino

Jesus foi sindicalista.

Tiradentes foi dentista,

Mas não tratava o canino.

Ninguém toque violino

Lendo cifra de pistão.

Hoje o Rei Napoleão,

Chegou, deixou um recado,

E FOI-SE EMBORA APRESSADO,

FALANDO EM REVOLUÇÃO

(Zé Roberto)

Zé Roberto
Enviado por Zé Roberto em 22/08/2014
Reeditado em 28/08/2014
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