SENTADA NESTA POSIÇÃO DE BUDA.

CORDÉIS EM MARTELO AGALOPADO.

Teu semblante na sombra do chapéu,

Me atiça querer saber das tuas vistas,

Os teus lábios expostos me enfeitiçam,

Junto de ti, é certeza eu iria ao céu,

O teu colo me traz boas lembranças,

Tens nas mãos a destreza do afago,

Meu propósito barganhar teu coração,

Se dizes não é certo que hora choro,

Toda mulher traz consigo o vulcão,

Minhas lavas a tua caverna implora.

Te deitas no sofá bem a vontade,

Como fosses dana dos meus desejos,

Calcinha branca pernas depiladas

Na cor da pele meias ate as coxas,

O teu busto desnudo pela metade,

Lindos seios a vista só os contornos,

Quantos a ti juraram os amores,

Mas faltaram com mera lealdade,

Provocando-te tantos horrores,

Inda haverás de ser recuperada,

Te comportas como fosse um insulto,

Numa leitura bem fora do contexto,

Me provocas sabendo que desejo-te,

E assim me impedes concentrar-me,

Porque ages comigo deste jeito,

Me expondo desnudo lindos peitos,

E uma boca forrada de batom,

Teus quadris largos como é bom,

Alem destas coxas mais roliças,

Te quero dentro do meu edredon!.

Sentada nesta posição de Buda,

Mas despida da cabeça até os pés,

Nem peças que nosso Deus te acuda,

Sem antes formulares quem tu és,

Pois à alma se alberga neste corpo,

Ele excita a um Monge se o vir,

É permitido que possas progredir,

Inda mais nesta postura de mulher,

Não esqueço jamais tua figura,

És a devota vinda dum cabaré.

LUSO POEMAS 22/08/14