Vidas sem fiim. - texto espiritualista.
Aos amigos do Recanto informo que apesar deste texto ter um caráter espiritualista não se dirige a qualquer seita ou religião em particular.
Noutro dia alguém me disse
Que no fim da sua vida
Vai acabar com a crendice
Que é coisa descabida
Coisa para a meninice
Que por medo é convencida.
Disse que a meninada
Gosta de fazer barulho
Para não ser castigada
Procura um lugar seguro
Vai fazer a trapalhada
Escondida atrás do muro.
Seu dizer, era evidente,
Escondia frustração
Era alguém que de repente
Poderia não ter pão
Ou então ser resistente
Ao pedido de perdão.
Percebi que seu viver
Era bem amargurado
Não gostava de sofrer
Mas estava acostumado
Somente o seu proceder
Era visto como errado.
Estendi-lhe a minha mão
Ele então a recusou
Disse que na solidão
Eu também comigo estou
Não existe gratidão
Para quem nunca amou.
Eu fiquei então parado
Sem saber o que fazer
Não fiquei desesperado
Não sabia o que dizer
Quando ouvi bem ao meu lado
Algo para o convencer.
Ouvi alguém me dizendo
Que o futuro não espera
Ele ali estava aprendendo
Como dominar a fera
Que ele mesmo está fazendo
Com os frutos da quimera.
Refleti por um momento
Sobre aquilo que ouvia
Era muito ensinamento
Que sequer eu entendia
Mas firmei meu pensamento
Certo que aprenderia.
Entendi que a quimera
Era algo do passado
Que para alguém fizera
Para ser remunerado
Que no final lhe dissera
Que estava mal acabado.
Disse a ele que alguém
Estava a cumprimentar
Pelo muito que contém
Que sabia respeitar
Ele era quem também
Poderia me ensinar.
Então ele disse assim
Já que posso algo ensinar
Veja que não chega ao fim
Se morrer pra descansar
Simplesmente vem a mim
Pra depois poder voltar.
Eu tomei enorme susto
Ao ouvir ele falar
Era ele o ser Augusto
Que estava a demonstrar
O valor do homem justo
Que somente ensina amar.