O TEMPO, BICHO DANADO
Pedra- PE, 20 de agosto de 2014.
Vou fazer uma descrição
Sobre um tema complicado
Que para uns é vilão
Pra outros algo sagrado.
Mode não ter contratempo
Relato sobre o tempo
Eita bichinho danado!
Não deve ser descartado
Nem muito jogado fora
Porque ele é precioso
Fica aqui e não demora
Vai passando de repente
Deixando pra trás a gente
No tic-tac da hora.
Rapidamente se evapora
Numa grande velocidade
Que nem sentimos a hora
Da sua extremidade.
Ele é sempre perecível
E bastante irreversível
A sua preciosidade.
O tempo tem amizade
Pra aquele que lh’explora,
Corre com velocidade
Para quem o ignora
Não pode ser confinado
Nem muito engarrafado
Nem muito jogado fora.
O nosso tempo é agora
Que é o tempo presente
Que aos poucos vai embora
E a gente sequer sente
Não pára nenhum minuto,
Ele é único, absoluto,
O mesmo pra qualquer gente.
Mas, vai embora de repente
Sem menos a gente notar,
Pois ele é feito espora
Não dar pra gente pegar
Vai fugindo rapidinho
Passando o tempo todinho
E nem sequer quer parar.
Mas dar pra gente contar
Sem qualquer embaraço
É só a gente se ligar
E perceber seu compasso
Que vai sempre deslizando
Contando e recontando
Todo dia no seu braço.
Vai evoluindo o passo
Com a gota sem parar
Que nem uma locomotiva
Indo pra qualquer lugar
Leva a gente ao passado
Deixando-nos ariado
Com as coisas deixadas lá.
É o maior bafafá
Desse bicho complicado
O futuro vira presente,
O presente vira passado
Que se atende por lembrança
Todo mundo até criança
É vitima do condenado.
Este tempo do passado
Mora bem dentro de nós
Vai latejar todo dia
Tão acesso, bem feroz.
“É algo muito estranho
Que não se mede tamanho
E o teor de sua voz.
Aproveitemos, todos nós
Tempo o suficiente
Porque ele vai passando
Tão ligeiro, de repente
Sem parar nem um segundo.
Assim também é o mundo
Que corre diariamente.
Este texto foi baseado no livro, O Tempo de ivo minkovicius e na crônica O verbo está presente do grande escritor Ed Arruda, meu conterrâneo. A eles meus agradecimentos.