CORDEL (dueto c/ Ansilgus)
FAROFA
MOTE: MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Venha comer na vizinha
Que a farofa já tá pronta
O galo virou galinha
O pinto é de faz-de-conta
Pode comer na panela
Use uma colher de pau
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Deve ser comida quente
Pra não perder o sabor
Com a língua experimente
-Temperada com amor-
Veja se não “amarela”
Lamba o beiço serviçal
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Aqui pela vizinhança
Não tem farofa melhor
Come aqui o “fala mansa”
E do soldado ao major
Não importa se é banguela
Ou se tem cara de mau
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Com a fama de gostosa
Todo mundo quer provar
Dá em troca de uma rosa
Ou pelo prazer de dar
Já deu até na favela
Dá pro Zé do berimbau
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Ansilgus assim compareceu:
Ela é bonita demais
Seu rosto não tem defeito
Não bota ninguém pra trás
O que lhe falta é um peito
Se sua barriga é bela
O seu bumbum é legal
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Pois brigou com um sujeito
Que parecia um jumento
E quando não viu o peito
- Desse jeito não aguento –
Coitada da cinderela
Quase perdeu seu mingau
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Gostou do guarda noturno
Sujeito bem invejado
Pois batia no coturno
Quando estava endiabrado
E ficou numa querela
A discussão afinal
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
E nela pegou venérea
Da mais braba que se viu
Inchava qualquer artéria
O nome não descobriu
Foi tomar chá de canela
Pra não baixar hospital
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Então teve de amputar
Sua grande maçaneta
Nunca mais pôde cantar
Pois lhe faltava à caneta
Então adeus à chinela
Acabou seu carnaval
MAS SE FOR DO AGRADO DELA
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL
Luiz Moraes e Ansilgus
* GRATO, BELA INTERAÇÃO:
Estive em seu batizado,
Via a água em sua testa,
Não estava acostumado,
A ver tamanha donzela,
Fora criada sem regras,
É chegada em bacanal,
MAS SE FOR DO AGRADO DELA,
NUNCA MAIS VAI SE DAR MAL.
(Miguel Jacó)