ERROS E PECADOS

Já errei muito mais do que devia

Hoje estou começando a errar bem menos

Meus deslizes começam a ser pequenos

Bem menores que a ânsia de chegar

Eu saí sem saber como voltar

Eu segui os atalhos do destino

Apanhei pra deixar de ser menino

Hoje apanho tentando não errar

Já andei tantas braças, tantas léguas

Ganhei grandes, enormes bons amigos

Tive vários amores, tive abrigos

Tive abalos, caí, me levantei

Tive acasos, perdi, também ganhei

Meus pecados paguei em alto preço

Me perdoe se achar que eu mereço

Se mereço, até eu nem mesmo sei

Sei que nada se perdera por completo

Inda resta um restinho de esperança

Um fiapo, uma nesga de lembrança

De um passado feliz que me marcou

Um poeta, um boêmio, um cantador

Um balcão, uma prosa, uma piada

Um soneto, um repente, uma noitada

E uma canção pelas retinas desabou

Meu desafio pelas léguas caminhou

Fui ferido e feri quem me feriu

E ferindo a ferida se abriu

Nunca mais suturou tornou-se chaga

E uma canção de amor me embriaga

Em dozes de versos Buarqueanos

E uma bandeira branca em fino pano

Bem no seio de minha alma foi fincada

Foi ficando cada vez mais hasteada

E bem no alto tremula irradiante

Acenando aos poetas mais errantes

Quero paz e o resto a gente enterra

Qualquer mágoa nesse instante se encerra

Meu abraço abre os braço para os teus

E se teus braços chegarem junto aos meus

Eu abraço e nunca mais teremos guerra.

MACIEL e MELO
Enviado por Paulo de Tarso O Poeta de Taua em 19/08/2014
Código do texto: T4928378
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.