BANDIDO QUE MUDOU DE VIDA
Quipapá-PE, 24 de fevereiro de 2014.
Em Cajazêras havia 01
Um sujeito amostrado
Pense num cabra ruim
Um nêgo desmantelado.
Era ladrão, cachacêro,
Trombadinha, maconhêro,
Pistoleiro e assassino.
De tudo que não prestava
Tinha e ainda sobrava
Em cima desse menino.
Dez, quinze, vinte casa 02
Ele roubava num dia .
Um caminhão de cachaça
Ele sozinho bibia.
Não tinha pena de nada.
Quem lhe desse uma xingada
Pra ele já era defunto.
É que o bicho pegava
O cidadão e levava
Pra cidade dos pés junto.
Quando ele ia a uma festa 03
Que com ninguém namorava
Se virava na mulesta
Bebia e bagunçava.
Ninguém podia detê-lo.
Quem era doido prendê-lo
Caso entrasse numa briga?!
Surrava quem o interrompia
Que passava uns quinze dia
Descadêrado, com fadiga.
O povo da redondeza 04
Pelava-se de medo dele
Que inté mermo seus amigo
Não queria andar com ele.
Era mesmo um tinhoso,
Um cabra tão perigoso
De alta periculosidade.
Um estuprador vadio
Qu’estuprava a sangue frio
Qualquer um nessa cidade.
Em qualquer lugar que ia 05
Só se via a desgraça
É que o peste enchia
Sua cara de cachaça
E butava pra bagunçar
Dava a gota pra robar
Sem dêxar ninguém em paz.
Era uma cidadão perdido.
Pois era assim conhecido
Por filho de Satanás.
Era odiado por todos 06
Por suas atrocidade.
Não tinha papa na língua
Com ele era só ruindade.
Quando, então, se enraivava
Um revolve empunhava
Ficando muito valente.
Começava a mandar
Balas pra todo lugar
Assustando toda gente...
Certa vez foi convidado 07
Prum pastor da região
A participar dum culto
Na casa de oração.
Ele aceitou sem demora
E foi chegando na hora
Que os fiéis chegava
Causando grande agonia
As pessoas que o via
Dava volta e meia e voltava.
Ao proferir o culto 08
O pastor compenetrado
Fazia uma pregação
Olhando para o safado.
Disse com muita unção:
- Meu adorado irmão
Jesus por nós se entregou!
Ingual a manso cordêro
Derramou seu sangue intêro
E de nós nada cobrou.
Esse cidadão olhou 09
O pastor tão fortemente
Agastado se levantou
Bastante impaciente.
Novamente se sentou,
Da oração participou
Com imensa atenção
O pastor seguia o enredo
Disse-lhe: - não tenha medo
De entregar seu coração.
Pois aquele camarada 10
Que causava assombração
Foi se agradano da cunversa
Sentindo seu coração
Disparar que só a mulesta
E gostando da palesta.
Aquilo lhe envolveu.
E num é que o febrento
Naquele forte momento
A Jesus se converteu.
Daquele dia pruvante 11
Ele mudou de destino.
Dêxô de ser assaltante
Tornô-se pregador fino.
Andava impalotado,
De gravata, embecado
Naquele balaco Baco
Seu tistimunho dava
E a Bíblia só levava
Debaxo do seu suvaco.
Estava levando a sério 12
mermo o novo projeto...
Com muita satisfação
Fazia-o muito correto.
Só se via ele andano
Com a Bíblia anunciano
Uma mensagem de fé.
E naquele desalinho
Trilhava o santo caminho
De Jesus de Nazaré.
Chamado pra oração 13
Com ele não tinha manha.
Orava com muita unção
Falano em língua estranha
Um tal de xandralay aba,
Xama márya lá, aribaba
Glórias a Deus, aleluia!
Orava com muita fé.
Pois era cuma guiné
Só andava numa tuia.
Depois de ter uma vida 14
Toda torta, muito errada.
Cansado de desmantelo,
Sofrimento e pancada
O cidadão já perdido
Humilhado, deprimido
Na lama da perdição
Sentindo- se tão insolente
Resolve então ser crente
Pra ganhar a salvação.