Os gritos de Castro Alves
Eta! Cabra retado;
Esse nordestino meu senhor;
Antônio Frederico de Castro Alves;
É poeta sim senhor;
Foi aos dezessete anos;
Seu primeiro escrito de valor;
De cabaceiras do Paraguaçu;
São as origens desse moço;
Nasceu nosso Castro Alves;
No Estado da Bahia;
A cidade ganhou seu nome;
Veja só que alegria;
Suas poesias falam de liberdade;
E problemas sociais;
Coisa que incomodam a sociedade;
Enchendo o coração do povo;
O poema um laço de fita;
Tirava água do olho;
O homem era tão letrado;
Que para faculdade logo entrou;
Na cidade de Recife;
No curso de direito se matriculou;
O poeta dos escravos;
Inteligência não lhe faltou;
Era belo esse rapaz.;
Porte esbelto olho vivo;
Cabeleira! Não lhe faltava;
Veja as figuras no livro;
O moço era danado;
Os seus versos soavam como grito;
O poeta dos escravos;
Assim era conhecido;
Castro Alves meu amigo;
Caprichava nos seus escritos;
Escreveu A primavera;
Combatendo a escravidão;
Os ideais de liberdade;
Ele mantinha no coração;
Fundou uma sociedade abolicionista;
Para acabar com a escravidão;
Os amigos sempre presentes;
Não o deixaram na mão;
Escrevia como ninguém;
Recitava em bom tom;
Castro Alves era assim;
A literatura era o seu dom;
A importância desse brasileiro;
Minha gente! O cabra era bom!
Foram tantas as suas obras;
De valor inestimável;
O assunto abolição da escravatura;
Só defendia quem era macho;
Castro Alves era assim;
Vou lutar pelos mais fracos;
Em um dos seus poemas;
Era falava de sofrimento;
Do negro embaixo do chicote;
Sofrendo tantos tormentos;
O Navio negreiro;
Foi um palco de sofrimento;
O poeta do romantismo;
Castro Alves era assim;
Vivia declamando versos;
Numa beleza sem fim;
Aos vinte e quatro anos de idade;
Sua vida chegou ao fim;
Vou ficando por aqui;
Pois não dar par falar de tudo;
Foi bom que Castro Alves;
Denunciava os absurdos;
A pele pode ser negra;
Mas o sangue não é sujo.