Rua da felicidade

Éramos muitos outrora

Brincando na rua até tarde,

Na rua da felicidade

E fazendo muito alarde.

Brincar de piques diversos:

De cola e de se esconder,

Pique alto e bandeirinha

E de frutas escolher.

Cozinhadinho e casinha,

chicotinho também,

Céu e inferno e amarelinha ,

e não havia desdém.

Lá em casa era a Luzia,

a Nirene e a Lucinete,

o Valmir e Nilma(euzinha).

galera do pinte o sete.

Depois vieram os menores:

a Leida e o Valdemir,

o Valcenir e o Wagner

mais tarde nasceu por aqui.

Dos filhos da Dona Ana

A Merces e a Terezinha,

O Antônio e o Djalma,

A Penha e a Regina.

Da vizinha de cima:

A Zezé e a Lourdinha,

A Luzia e a Cida,

O Silvano e o Juninho.

E da Dona Leucinéia:

A levada da Ana Cláudia,

O Edvaldo e a Neia.

Do paraíba o Evilásio,

o Gilberto e o Gildásio.

A Nilza, o Beto e o Nivaldo,

a Nélia e a regina Ramalho.

A Índia que se foi embora.

Da dona Francisca o Zé,

O João e a Virginia,

O Elizeu e a Laura,

A Maria e a Santina.

Da Maura só tinha a Quéia

E o calado do Naldinho.

Da dona Penha o Maurilio,

O Zé o Gilson e a Ninha.

Eu queria que ela brincasse,

mas nunca brincou a pobrezinha.

Se arrastando pela cerca,

Nos observando sozinha.

A turma do seu Valmir

Era o Ronaldo e o Gèmeo,

A Valquíria e a Valéria

E outros bem pequenos.

E vindos de outras ruas

O Amarildo, o Marinaldo.

E A fila aumentava com

O Mirinho e o Ronaldo.

Do seu Domingos Sfalsin

tinha o Geraldo e o Zé Luiz,

mas o Carlinhos e Piloca sim

e a Arlete que nunca quis.

Do Seu Valdeci Eram Poucos

Porque Ainda Eram Crianças.

Mas já Chegamos a Brincar

Com a Eliete e a Luciana.

As vezes mudava uns

Que partiam deixando saudades.

Mas em seu lugar vinham outros

Pra aumentar a nossa felicidade.

Cada mudança que vinha

Corríamos para ajudar.

Porque quando crianças tinha,

Novos amigos iríamos ganhar.

A tarde toda a criançada

brincava de tudo um pouco.

Era um corre-corre danado

Gritaria de fazer loucos.

E a noite dona Ana com a panela,

Dona Delina com a frigideira

E a nossa mãe com força na goela

chamavam a gente e acabava a brincadeira.

Descer de rolimã a ladeira,

Da rua Maria Da Penha,

Jogar queimada com bola

E derrubar esta polenta.

E com a minha choradeira

interrompia a diversão,

E acabava a brincadeira

Acusando um empurrão.

Hoje eu sinto saudades

Daquele tempo querido,

Daquelas boas brincadeiras

Com aquele bando de amigos

Porque a criançada de hoje

Não sabe mais brincar disso,

Ficam nos computadores

Jogando isto ou aquilo.

Mas nem podemos confiar

Em crianças desconhecidas,

Que venham de outro lugar,

Pra serem chamados de amigos.

nós tínhamos confiança

De esconder dos amigos,

Atrás de qualquer criança.

Hoje elas podem ser o perigo.

Porque crianças pra nós,

Tinha treze anos ou mais.

Já tinha pelos nos corpos

E era inocente demais.

Lembro que um dia o Amarildo

Escolheu o Marinaldo,

Na brincadeira era um beijo

Que ele teria que ter dado,

Mas ficou com tanta vergonha,

E na hora o relâmpago espocou.

Rimos dizendo que foi um choque

Por causa do tal beijo que rolou.

Mas era um beijo no rosto

Ninguém pensou diferente

Pra nós era só brincadeira.

Éramos todos inocentes.

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 05/08/2014
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