Místico incurável
As coisas em que acredito
São todas de crença instável
Impossíveis como mitos
Uma ou outra nem sonhável
São e não são veredictos
Deveras, porém mutáveis
Vivo procurando a lógica
De tudo o quanto descubro
Da parte que vejo exposta
O todo que explica tudo
Exceto quando me toca
O medo do obscuro
São fios, pontas, indícios
Tênues e frágeis pensamentos
Boatos que a princípio
Pareçam sem fundamento
Abordagens sem auspícios
De históricos eventos
Místico clã de sereia
Diria o compositor
Ideias que não ponteiam
Não se provam com teor
Pés que voam e não tateiam
Terra firme ao sonhador
Meus afins são parciais
São tão loucos ou mais que eu
Tanto que nem podem mais
Largar o que absorveu
Como não voltar jamais
E esquecer o que esqueceu
Essa dureza da vida
Essa experiência insólita
Maratona sem guarida
Me parece mais exótica
Que a ideia esquisita
Que alenta e que conforta
Na verdade existe o fato
De se incorrer nos desvios
Se perder no substrato
Que se pensou que conhecia
Por não existir contrato
Pra se crer com garantia
Daí, mantenho a cabeça
Aberta ao mundo que vejo
Curiosidade certa
E verdades que almejo
Ao invés da mente quieta
Acompanhando um cortejo