Eu te chamei de Vitória para ser minha Lisbela
No dia que eu te conhecer
Quero soltar um rojão
Que me leve as mágoas todas
Livrando meu coração
Quero recitar meu verso
Te mostrar meu universo
Em galope ou em mourão.
Inda quero te contar
A vida com a poesia
E escrever um cordel
Que repasse a alegria
Rimando com bê-a-bá
Não deixando de falar
Como foi esse meu dia.
Neste dia eu vou fazer
Uma bonita festança
Vou te escolher um vestido
Com as cores de uma criança
E vou te pegar no colo
Se tu chorar eu consolo
Com canção da Pirritança.
Vou falar com a bisavó
Pra ela ficar sabendo
E contar pra Seu Pirrito
Pra ele ir precavendo:
" - Aumentou minha família
Vou logo comprar mobília
E todos ficam cabendo".
E também vou celebrar
Com um banquete de primeira
Cozinhar ovo e cuscuz
E comprar fruta na feira
Vou comer peixe e paçoca
Seja em Roraima ou na roça
Ou na jaboticabeira.
Agora mamãe e papai
Bem que estavam te esperando
Viram vovô e vovó
Também vão te abençoando
Não verei tanta alegria
Tão maior que nesse dia
Com esses velhos caducando.
Na igreja vou rezar
E a Deus agradecer
Por mim e pela mamãe
Por Ele nos conceder
Essa graça abençoada
Com muito amor nos foi dada
Que foi educar você.
E você vai ser Maria
Como segue a tradição
São assim suas avós
E mamãe no coração
Mas não terá um só dia
Que não farei cantoria
Com o seu nome num quadrão.
Eu te chamaria de flor
Porém não teria mais bela
Depois pensei que seu nome
Tivesse numa aquarela
E recorri para história
Eu te chamei de Vitória
Para ser minha Lisbela.