Os primórdios da terra e a salvação de Deus (Parte 1)
Num tempo muito distante,
Que não dá pra precisar;
Quando homem não havia,
Pra alguma história inventar!
Houve um fato extraordinário!
Que eu aqui vou relatar.
Será que alguém já pensou,
Por que os metais preciosos;
Como o ouro e o diamante,
Tão raros e valiosos!
Jazem lá nas profundezas,
Bem longe dos nossos olhos?!
Pois saibam que nos primórdios,
Isso não era assim;
Pois as riquezas da Terra,
Foi dada a um querubim,
Que glorificava a Deus,
Antes de ficar ruim!
A Terra era muito bela,
Forrada de minerais;
E o querubim passeava,
Em cima dos seus cristais!
E ele mesmo comandava,
As miríades celestiais!
Dos altos céus, Deus ouvia,
Os louvores que entoavam;
Os seus batalhões de anjos,
que na Terra ensaiavam,
Regidos pelo maestro,
A quem tanto admiravam!
Das criações do Senhor,
Lúcifer era o mais perfeito;
E até aquele instante,
Ninguém encontrara defeito!
Na mais bela criatura,
Que o Criador tinha feito!
O Altíssimo, certamente,
Estava realizado;
Pois a sua criação,
O servia de bom grado!
Até que um dia surgiu,
O tenebroso pecado!
E foi aí, meus amigos,
Que a desgracença brotou;
Pois o belo querubim,
No coração se exaltou!
E em se igualar a Deus,
Ele então intencionou!
Ofuscado pelo brilho,
Que revelou sua imagem;
O orgulho lhe subiu,
E lhe enganou, a coragem!
Tomado pela ganância,
Intentou a pilantragem!
Se valendo do prestígio,
Que adquirira entre os seus;
Com astúcia e com maldade,
Transformados em ateus!
Um terço dos comandados,
Se rebelou contra Deus!
E assim acreditando,
Que poderia vencer;
Com os anjos rebelados,
Marchava sem perceber!
Contra o Deus Onisciente,
Que tudo sabe, e tudo vê!
Então uma grande batalha,
Configurou-se no Céu;
E o Senhor dos Exércitos,
Mandou o anjo Gabriel,
Convocar ligeiramente,
O seu arcanjo Miguel!
A peleja abalou muito,
A raiz da criação;
Miguel e os seus anjos,
Lutaram contra o dragão!
E expulsaram lá do Céu,
Ele e o seu batalhão!
Imensa foi a catástrofe,
Que essa queda provocou;
E uma grande tragédia,
O Universo observou!
Pois muito corpo celeste,
Para a Terra despencou!
Os cometas despencaram,
Assolando o mundo inteiro;
O Abismo abriu as portas,
Recebendo os desordeiros!
E muitos ficaram presos,
Pros juízos derradeiros!
Aquilo que era belo,
Ficou feio e horroroso;
Criaturas pereceram,
E o mar ficou raivoso!
Cobrindo a face da Terra,
Num estrondo pavoroso!
Enquanto isso no Céu,
O silêncio era profundo;
Pois o anjo adorador,
Tinha desgraçado o mundo!
Rebelou-se contra Deus,
Se tornando um sugismundo!
Quanto durou o silêncio,
Não podemos imaginar;
Mas bem sei que os arcanjos,
Até tentaram aplacar,
O "vazio" que Deus sentia,
Sem alguém para o adorar!
Mas eis que de repente,
O Rei dos Céus levantou;
Chamando os serafins,
Uma ideia o animou!
Disse: Eu irei à Terra,
E criarei um adorador!
Desceu com os Seus Exércitos,
Que o ficaram observando;
Junto com o Seu Espírito,
Tudo Ele foi restaurando!
E criando coisas novas,
E os anjos contemplando!
Separou terra e água,
Impôs limites ao mar;
Plantou florestas imensas,
Fez os pássaros pra cantar!
Adoçou as águas dos rios,
E criou peixes pra nadar!
Ainda não satisfeito,
Fez uma coisa diferente;
Dobrou as mangas das vestes,
E agachou-se sorridente!
E sujando as mãos no barro,
Moldou um novo vivente!
Os anjos, bem radiantes,
Nunca viram nada igual;
Pois aquela criatura,
Não era anjo, nem animal!
Ao contrário, parecia,
Com o Deus Celestial!
Dando vida ao boneco,
Deus estava mui contente;
Plantou um belo jardim,
Lá pros lados do Oriente!
E botou ali o homem,
Pra viver eternamente!
O homem ali dominava,
E vivia bem contente;
E Deus sempre o visitava,
E conversavam frente a frente!
Mas o final dessa história,
Eu conto posteriormente!
Edson, Agosto/2010