LAMENTO DU SERTANEJO
Vim aqui pra capitá
truxe a famía intera
módi a vida miorá
eu travessei a frontêra.
Sô caipira du sertão
peguei a mala no chão
e uns trocado n’algibêra.
Minha jornada sufrida
pensei que fosse cabá.
Nunca foi fáci a vida
cum a seca a amiaçá.
Morreu minha prantação,
só tinha judiação
naquele belo lugá.
Dos dez fio qui Deus me deu,
a morte tava à ispreita.
Dois de infequição morreu,
us ôtro trêis, de maleita.
Ôji mi resta só cinco
qui eu proteju cum afinco,
sinão a morte apruveita.
Cheguei na grande cidadi
cheinho di isperança.
-Nessa grandiosidadi
vô inducá as criança.
Mai eu pensei munto cedo...
Memo forti sem tê medo,
minha fé, as veiz balança.
Nessa cidade celeste
faiz é tempo qui nun chove.
Pareci inté o agreste
dondi eu parti (dia nove).
Imprego eu num arranjei.
Eu num sô fora da lei,
tem nada qui mi reprovi.
Vô pegá minha famía
e vortá lá pro sertão.
Si Deus quizé, a aligria
vai vortá nu coração.
As chuva há di vortá
us gado hei di sarvá
e tomêm a prantação.
(Milla Pereira)
ÓTIMA TARDE A TODOS!
AMIGOS SÃO SEMPRE BEM VINDOS!
Hull de La Fuente
EU JÁ VI ESTA HITÓRIA
Minha cumadi quirida
dessi sofrê vi falá
lição desta nossa vida
arguém qui vortó pra lá
Respeitada a proporção
curtino a decepção
Airan o ixemplo dá.
Ocê sabi qui u cumpadi
veio aqui pra capitá
mais num guentô a sodadi
i us custumi du lugá.
Hoji vevi lá na roça
curtino sua paióça
queli feiz pra discançá.
Quem abandona sua terra
seja pur fomi ou pená
se senti cuma na guerra
num dá pra si custumá.
É assim cum u cabôco
qui du mundu ispera poço
e é tão difici ganhá.
Para o Deus qui tá na gloria
eu peçu numa oração
qui mudifiqui a história
du bom homi du sertão.
Mandi a chuva pra moía
a terra modi prantá
arroz, tumati, fejão.
Que a vaquinha pintada
e o restu da criação
no quintá, na invernada,
coma cum sastifação.
Do leite se faiz o quêjo
e para o sertanejo
é a realização.
Maninha, deixo aqui estes versos de cordel com muita alegria.
Deus abençoe você, seu cordel é uma história
que ocorre com muita frequência. Parabéns!
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Parabéns pra você, cumádi quirida,
pelo belo Cordel qui ocê
dexô aqui na minha sala.
Fique na paz, abraços.
Jacó Filho
Um dia eu deixei a seca,
E me mandei pro sudeste...
Mas hoje a fia da peste,
Tá aqui secando as tetas...
**Parabéns!**
E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...