O BÊBO NA PROCISSÃO
Pedra- PE, 02 de janeiro de 2104.
Lá no Horizonte Alegre,
Um lugarzín bem pacato,
Por volta das quinze horas
Houve um estranho fato
Foi quando na procissão
Apareceu um bebo chato.
Causando de imediato
A maior perturbação,
Cutucando todo mundo
Que tava na procissão,
Atrapalhava o padre
Que fazia a oração.
Não houve um só cristão
Que viesse em defesa
Das beatas e do padre
Que com muita fé, firmeza
Louvava à Virgem Maria
Com muita delicadeza.
E o bebo lá com brabeza
Ainda mais perturbava.
Atrapalhava o bendito
Que as véinha cantava,
Não sabia o que dizia
De tanto que budejava.
Mesmo assim se arriscava
A cantar esse bendito.
Bastante cambaleante
Deixando o povo aflito.
Com a cara deslavada
Achava tudo bonito.
E foi metendo grito,
Cantando bem distorcido,
Estava desentoado
Que dava dor nusuvido
Igualzín um rádio velho
Todo roco, desvalido.
E o bebo atrevido
Mesmo assim continuava.
Dava empurrão em um,
Em outro assim chingava.
Chamava os homem de corno
Porém este nem ligava.
E, quando se aproximava
Da pequena capelinha
O padre compenetrado
Sua postura mantinha
Demonstrando devoção
À Senhora Mãe Rainha.
Portanto perdeu a linha
Um pouco se irritou
Deixou o povo de lado
Do bêbo se aproximou
E lhe disse bem baixinho :
- Que é isso meu senhor?
E o bêbo perturbador
Disse-lhe:- o que é o quê?
Tá pensando seu vigário
Que tenho medo de você?
Dê uma tapa n’eu
Pra ver a merda descer!
Sem saber o que dizer
O padre deixou pra lá
Não queria no momento
Um alvoroço arrumar.
E o bêbo novamente
Com a gota a conversar.
Queria mesmo bagunçar
Aquela tal sentinela.
Nessa havia uma beata
Com a cara amarela.
De tanto botas os pó
Parecia uma tigela.
E era mesmo com ela
Qu’ele queria falar.
E entrando na capela
Aumentou o bafafá.
É que a beata e o bebo
Botaram pra conversar,
Foi aquele blá-blá-blá
Que ninguém mais agüentava,
E o padre lá no altar
Parece que se irritava,
Deu pra ver no seu olhar
Quando assim os reprovava.
E a beata caminhava
Pra sala da sacristia
O bêbo a acompanhava
Na sua infame folia
Até que por fim quebrou
Uma imagem de Maria.
O homem da padaria
Que havia pouco chegado.
Com o que o bêbo fazia
Também ficou irritado
Adentrou a sacristia
Para pegar o danado.
Chegando no condenado
Na suas beca pegou
Dizendo-lhe bem baixinho:
- Vamos embora senhor!
Porém o bêbo irritado
Com isso se irritou.
E assim lhe empurrou
Na igreja fortemente
Que o padre lá no altar
Vendo aquele incidente
Disse: - respeite a missa
Seu bêbado delinqüente.
Foi ficando valente,
Dava uns quatro pinote.
Partiu pra cima do padre
Pra lhe dar uns cocorote
Mas o homem da padaria
Lhe gravatou no cangote.
O então Sacerdote
De besta não tinha nada
Aproveitou a ocasião
Para lhe umas porrada
Deu-lhe um murro na venta
Que a cara ficou inchada.
E o bebo em disparada
Deixou a capela e correu
Com a venta ensangüentada
Não soube o qu’aconteceu.
Depois dessa numa missa
Nunca mais apareceu...