A ULTIMA CEIA

Antes da sua paixão,01

Do dolorido calvário.

Fez o mestre nazareno

Algo de extraordinário

Pediu pra seu companhêro

Que andava o dia intero

Com Ele sem direção

Que uma casa procurasse

Aonde se preparasse

Sua última refeição.

Com muita desenvoltura02

Fizeram o combinado.

Deixaram o ambiente

Bastante organizado,

Enfeitado de tapetes,

Bancas, cadêras, tamboretes

Pro mode o povo se sentar;

Escolheram com alegria

A melhor especiaria

Que havia no lugar.

Seis da tarde mais ou menos03

Foram assim se aproximando.

Entrado na dita sala

Foram logo se sentando.

E Jesus a lhe dizer:

- Desejei muito comer

Convosco essa ceia pascal,

A comida verdadêra,

Sendo, então, a derradêra

Do meu círculo vital.

Disse isso e se escorou 04

Na parede bem do lado.

Depois se levantou

Bastante compenetrado.

O cálice então pegou

Deu graças e abençoou

Disse-lhes com precisão:

- Bebam todos, meus amados

É meu sangue derramado

Para sua salvação.

Em seguida repetiu 05

O mesmo gesto novamente,

Surpreendendo a todos

Que estavam ali presente.

Pegou na mesa um pão

Pronunciou a benção

E disse muito inspirado:

- Comam todos no momento

Isto é meu corpo, alimento

Pra remissão dos pecados.

Dizendo isso ele ficou06

Um pouco encabulado

Que seu semblante mudou

Ficando tão discorado

De repente ficou triste

Disse com dedo em riste:

- Um de vocês me trairá.

Em verdade, eu lhes digo

Aquele que come comigo

Contra mim se levantará.

Desnorteados os camarada07

Entre si se entreolhava

Não conseguiam entender

O que Jesus comentava.

Foi tão grande a agonia

Que esses cabras fazia

Tomados de tal temor

E naquele bafafá

Butaram pra perguntá:

- Acaso sou eu, Senhor!

O mestre já ia falando08

Quem seria o sujeito.

Nessa tinha um individuo

Debruçado no seu peito

Chega tava cochilando,

Cansado e tomando

Uma fuguinha ali.

Diz Pedro com brabeza

:- Home, dêxe de moleza

Não é hora pra dormi.

Pergunta a Ele aí 09

Quem é o cabra safado

Que ousa então lhe trair

Pr’eu pegar o condenado.

Nisso o rapaz despertou

E a Jesus perguntou

Quem seria de fato.

E Jesus Cristo pinota

E diz:- é aquele que bota

Comigo a mão no prato.

Nessa hora por azar10

Judas tava descansado

Bota a mão dentro do prato

E fica desconfiado

Com a cara deslavada

Ainda dar uma risada

Fazendo-se de inocente

Diz o mestre sem Trê lê lê:

- O que tem pra fazê

Faça logo, de repente!

Nisso Judas sai correndo11

Na toda em disparada.

Caindo por cima dos outro

Estatalô-se na calçada.

Nessa Jesus se sentou,

Suspirou, e continuou

A comer com os demais

Dizendo:- eu vou embora

Pois é chegada a hora

De morar com os meus pais.

Nessa Pedro se levantou12

E querendo se amostrar

Diz: - Mestre, aonde for

Sempre irei te acompanhar.

Pois eu sou o teu amigo

Mesmo sofrendo perigo

Sozinho não morrerás.

Disse Jesus num instante:

- Antes que o galo cante

Três vezes me negarás.

Daí São Pedro se calou13

Sem dar mais piu nenhum

E os outros apenas olharam

Todo aquele zum- zum- zum.

Pedro todo desconfiado

Bastantemente arrazado

Com aquela revelação.

Nisso Jesus se levantou

Da mesa e logo acabou

Toda aquela aflição.

Terminado o banquete, 14

A divina refeição

O jovem de Nazaré

Com amor no coração

Preparou essa comida

Para alimento da vida,

Algo de extraordinário.

Para ficar na memória

E mudar toda história

De seus correligionário.

Quipapá - PE, 28 de abril 2014.

Leonires Di Olliveira
Enviado por Leonires Di Olliveira em 30/06/2014
Código do texto: T4864539
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