* O Sono e o Sonho *

A noite tem dois filhos:

O Sono e o Sonho.

Quando o tempo está frio,

Os agasalha suponho.

Debaixo do manto de veludo

Que sempre enfeita tudo

Venha ver lhe proponho.

Como todos os irmãos,

Têm brigas e aborrecimentos.

E por quê? Por tantas razões!

Mas pelo principal ensinamento:

O Sono gosta de dormir

Então o Sonho vem surgir

Bem no exato momento.

E mete-lhe fantasias na cabeça.

Mas, quando isso acontece,

Gosta que a tratem por Noite,

E atrás do nome, aparece,

Faz festa na cabeça de cada um,

Dá razão aos dois ou nenhum

E do nada desaparece.

De quem os irmãos não gostam

É de seu primo Pesadelo,

Porque é feio, irritante,

E arrepia seus cabelos,

E deixa-os com muito medo

Trêmulos e acordam cedo

E não se olham no espelho.

Um dia eles decidiram

Uma peça no primo pregar.

Fingiram que estavam a dormir

E deixaram-no se aproximar.

Quando começou a contar

Uma história de arrepiar

Dos lençóis vieram saltar.

E pregaram um tremendo susto

Ao primo mal-encarado,

Que passou meses sem aparecer.

Pois não estava a costumado

Com uma peça daquelas

Tinha sempre histórias belas

E sempre tinha contado.

Nesse dia, a Noite cobriu-se,

Com muitas estrelas brilhantes

E dormiu até de manhã

Com os dois filhos importantes,

Enroscados e felizes a seu lado.

E nunca os teria largado

Se não fossem tão alucinantes.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 30/06/2014
Código do texto: T4864444
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