da esquerda pra direita: Airam Ribeiro, um amigo e Pedrinho Goltara, em Itanhém, Bahia.


NÃO DEU PRA FICAR
 



Meu compadre lá da roça
Deixou tudo e veio embora
Quanto à moto e a palhoça
Até pensou em penhora.
Veio por um ideal
Pra morar na capital
Com sua bela senhora.
 

Chegou, viu e não venceu
Da cidade a solidão,
Pois aqui reconheceu
Que estava numa prisão.
Os filhos o alertavam,
Sair só não aceitavam.
Logo veio a decisão.
 

Voltaria pra o lugar
Onde a sua liberdade
Todos iam respeitar
E ser feliz de verdade.
Quem ganhou foi Itanhém
E a poesia também
Daquela sociedade.
 

Sua casa lá da roça
Voltou a ter passarada
Mandou às favas a fossa
Hoje canta e dá risada.
Internet lá não tem
Mas o prazer vai além
Da aventura atrapalhada.
 

Amigo AIRAM RIBEIRO
Apoio sua decisão
Pois a paz, meu companheiro,
Não troco por nada não.
Ouça a comadre que diz:
Meu amigo sê feliz
Com Jesus no coração.
 

Eu penso aqui comigo
Mudança na nossa idade
Não é bom meu caro amigo
É outra realidade.
Os traumas vêm a seguir
É melhor não insistir
falo em nome da amizade.
 
 





Um cordel em homenagem ao meu compadre Airam Ribeiro, que decidiu vir morar em Brasília junto aos filhos. Aqui chegando, sentiu-se preso, sem a liberdade de ir e vir que tinha em Itanhém.  Ele voltou pra sua pequena cidade. Daqui eu peço a Deus que o ajude e proteja sempre.
Lá na sua casa do sítio ele não tem internet.
Um grande abraço, meu compadre.
 
 




As interações da querida mana Milla Pereira e da poeta  (Margarida) Anita D Cambuim. Obrigada amigas.
 
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VENHA HOJE OU AMANHÃ, CUMPÁDI!


O compadre aí chegou
e percebeu o mal feito.
Acostumar-se, tentou
mas não encontrou um jeito.
Morar na grande cidade
não é só felicidade
pois é cheia de defeitos.

Pegou logo sua mala
e, junto com a mulher,
não precisou muita fala
nem quis se aborrecer.
Rumou para o aeroporto,
foi buscar o seu conforto,
até quando Deus quiser.

Sua casa lá na roça
não tem luxo nem riqueza.
É u'a pequena palhoça
porém cheia de nobreza.
Não possui computador
o poeta cantador
vive sem dor ou tristeza.

Nós sentiremos saudade
meu caro e querido amigo.
A nossa felicidade
é fazer cordel contigo.
Eu peço, cumpádi Airam,
venha hoje ou amanhã
Não nos deixe ao desabrigo!

(Milla Pereira)

Mana, faço coro a sua homenagem ao cumpádi Airam, espero que ele não suma daqui. Beijos, Milla
 
 
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Cada qual tem seu canto
Tem seu jeito e o seu prazer
A cidade perde o encanto
Quando nos tolhe o viver.

O seu cordel é inspirativo.
Abraço, Hull. Bom dia.

A interação sentida e verdadeira do poeta Jacó Filho