O CAPÊTA NO CULTO

Quipapá-PE, 22 de dezembro de 2013

Numa dessas reuniões

De cultos pentecostais,

Houve um fato estranho

Há alguns anos atrás

Foi quando o pastor Acaz

Pregava sobre o oculto,

Apareceu lá um vulto,

Uma sombra feia e preta.

Parece que o capeta

Apareceu lá no culto.

Foi aquele vuco- vuco,

Um conversêro danado,

O pastor doidín, maluco

Corria pra todo lado.

Bastante atarantado,

E arrepiado de susto

Falou pro irmão Augusto

Acalmando a bagacêra:

- Este fie de chocadêra

Vai sair a qualquer custo.

Nisso foi causando susto

No meio da crentaiada.

Muitas pessoas no culto

Saíram em disparada.

Uma irmã animada

Do nada assim desmaiou,

Um irmão se manifestou

Se debatendo pelo chão.

E uma grande confusão

Ali se generalizou.

- Valei-me São Nicanor!

Gritou uma crente assanhada.

- Que é isso seu pastor?

Disse tão desesperada.

Uma pastora assustada

Com aquilo que aconteceu,

Deixou o palco e correu

Cheia dum medo danado

Com o irmão manifestado

Babando ao lado seu.

- Chama aí, irmão Eliseu!

Berrou o irmão Sofrônio,

- Cadê Joaquim, Dêdeu

Para tirar o Demônio?

Chegou um tal de Labônio,

Lapa de nego, fortão

Metendo logo empurrão

Em meio à histeria

Pra ver também se saía

O empestado do cão.

Foi aquela confusão,

O maior dos alvoroço.

Pegaram o dito irmão

Na taba de seu pescoço.

Lhe sacudiram sal grosso

Misturado com garapa.

Davam-lhe cada tapa

Por cima do pé d’ouvido

Para ver se o encardido

Saia logo do mapa.

Quanto mais lhe dava tapa

Mas o póbe pinotava.

Lhe sacudiram uma capa

Pra ver se ele acalmava.

Nada disso adiantava,

Também não tinha valia.

Ele ainda mais se debatia

Com uma grande peleja.

Fizeram tudo na Igreja

Pra ver se felim saía.

Toda aquela euforia

O irmão não respondia

E muito menos tornava.

Na hora também estava

Presente um policial

Querendo ajudar o tal

Daquela triste masmorra

Disse:- hoje sai essa porra

Seja por bem ou por mal.

E foi lhe metendo o pau

Nas fuças daquele irmão

Que igual a sonrisal

Escumava em aflição.

Era cada beliscão

Nos couro do abençoado

Que o póbe estatalado

Nem podia reagir

Nem muito menos abrir

Os olhos de tão inchado.

E o irmão lá deitado

De repente ele tornou.

Estando azuretado

Pois, assim se levantou.

De imediato perguntou

- O que foi que aconteceu?

Sendo assim irmão Dêdeu

Disse-lhe com exatidão:

- Tiramos um grande cão

De dentro dos couro teu!

Em seguida irmão Eliseu

A Jesus glorificou:

- Aleluia! É um milagre

Que o Senhor realizou!

Nessa o povo acompanhou

Também o abençoado.

Quando olharam estampado

O Vulto ainda estava

Era um irmão que a projetava

D’um quartinho ali do lado.

E o irmão lá quebrado

De tanto levar porrada.

O póbe de encapetado

Não tinha mermo era nada.

Sofria duma parada

Que muito se debatia:

Era a tal epilepsia,

Doença feia e crônica.

E os irmãos com a bobônica

Não sabiam o que fazia.

Leonires Di Olliveira
Enviado por Leonires Di Olliveira em 18/06/2014
Código do texto: T4849690
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