A MORTE DE TRANCA RUA

Pedra- PE, 15 a de novembro de 2013

1 Certa vez fui convidado

Pra uma festa na região,

Um grandioso evento,

Era uma inauguração.

É que o senhor prefeito

Tava muito satisfeito

Com o seu empreendimento.

Com um desejo profundo

Mandou chamar todo mundo

Pra participar do evento.

2 A festa tava tão boa,

Tudo bem organizado.

Comida em abundância.

Forrozín muito animado.

O clima tão agradável,

O ambiente favorável

Propício pra o amor.

Só que teve um problema

Que o prefeito de Panema

Tranca rua convidou.

3 Tranca rua era um sujeito

Na região respeitado,

Valente como o cão,

Um nego muito amostrado.

Só se via a nutíça

Que até mesmo na pulíça

O peste tinha moral.

E quand’ele se embriagava

Em todo mundo dava

Uma camada de pau.

4 Eu fiquei todo nervoso

Quando eu vi o sujeito

Dançando com uma cabôca

O forró do rala peito.

As minhas perna tremeu

Quando ele veio até eu

E começou a sorrir.

Depois com a cara bem feia.

Disse: - caboré de urêia

Que bom te encontrar aqui!

5 E eu me tremi-me todo

Depois de ter-lhe ouvido

Me lembrei da burduada

Que me deu no pé d’uvido

Quand’eu ainda era soldado

E tando assim fardado

E querendo me amostrar

Pra toda corporação

Ao levá-lo para prisão

Resolvi lhe empurrar.

6 Eu butei pra meditar

Sobre aquele fiasco.

Eu pensei comigo mesmo:

É hoje que eu me lasco!

Graças a Virgem Maria

Que ele naquele dia

Tava muito sossegado,

Rindo à toa, conversando,

Com as meninas dançando

Um forró bem arretado.

7 Ficou assim até quando

Chegou um certo rapaz

Começou a insultá-lo

Com um bando de capataz.

Ele já havia bebido.

Nessa veio um atrevido

Deu-lhe uma tapa de vez.

E valente como um potó

De uma mãozada só

Derrubou cinco ou seis.

8 Aí foi aquele bolo,

Aquela grande confusão.

Foi o maior quebra pau

Que já teve na região.

Só se via nego quebrado

Com os olhos estufado

E os beiços só os bagaço.

E ele dizendo assim:

- Quem quiser bater em mim

Eu só deixo nos pedaço.

09 A esse grupo se ajuntou

Mais uns vinte capanga

Tranca rua já com a peste

Foi que ficou com a muganga.

Naquela rapaziada

Dava-lhe cada lapada

Dessas do nêgo mijar.

Com ele ninguém podia

Tinha força e valentia

Que era de se admirar.

10 E foi rolando o cacete

Por toda noite afora

Tranca rua muito brabo

Igualzín uma caipora.

Tava de fato valente

Que vencendo os oponente

Ficou socando no ar.

Depois de marretar trinta

Apareceu Zé Pelintra

Que também quis arengar.

11 Aí foi que o pau cantou!

Dava gosto de se ver

Aqueles dois cabra brabo

Dispostos para morrer

Numa briga violenta

Dessas de arrancar as venta

E de bolar pelo chão.

As pessoa se assustaru

Quando assim eles pegaru

Foice, faca e facão.

12 Foi aquela gritaria

Todo mundo em alvoroço.

Zé pelintra e Tranca Rua

Agarrado nos pescoço.

Zé Pelintra se defendia

Tranca rua lhe vencia

Quando assim escorregou.

E naquele rusco- fucho

Leva uma facada no bucho

Que os fatos logo pulou.

13 Foi aquele buruçu,

Todo mundo em aflição.

Os fato de Tranca Rua

Se esvaindo no chão.

E em meio à euforia

Corre- corre, gritaria

Pra mode o povo assim vê-lo.

Mesmo assim sem ter espaço

Peguei ele em meus braços

Para puder socorrê-lo.

14 Foi inútil minha ação

Já não mais adiantava.

Tranca rua todo mole

Já então se agonizava.

Num ronco feio, profundo

Deu um suspiro bem fundo,

Arregalou os olhos seus.

Me apertando fortemente

Deu um grito estridente

E se acabou nos braços meus.

Leonires Di Olliveira
Enviado por Leonires Di Olliveira em 18/06/2014
Código do texto: T4849501
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