A beleza
A beleza não tem dona
Pois é dada de favor
Às virtudes sempre abona
Dando força pro amor
Se a nós ela abandona
Fomos nós o causador.
Ser bonita é ser feliz
É saber dar um sorriso
Não negar ser aprendiz
Do que existe no aviso
É também ser uma mis
Sem nunca ser um narciso.
É ter as mãos calejadas
Pela faina que abraçou
Caminhar pelas calçadas
Onde outrora passeou
Vendo em si flores passadas
Que o tempo conservou.
É saber que no seu lar
Sempre há um novo dia
Tem alguém a lhe aguardar
E sorri com alegria
Por saber que ao chegar
Encontrará harmonia.
A beleza vem da alma
Mas alcança o exterior
É um bem que nos acalma
Quando estamos sem labor
Mas também retira a calma
Quando estamos sem amor.
A mulher bela se sente
Como a dona do espaço
A poucos ela consente
A lhe estender o braço
Isso porque já pressente
Numa ajuda algo devasso.
Sendo bela também pode
Antever seu horizonte
À família sempre acode
Dando do que é a fonte
Seu humor somente explode
Em momento angustiante.
Seu falar sempre pausado
Seu olhar sempre sereno
Seu andar é compassado
Seu pensar não tem veneno
Seu viver desde o passado
Nunca foi algo pequeno.
Sua vida de recreio
Nunca foi de aventura
Se ouvir um galanteio
Sabe como manter pura
Se o tempo para si veio
Não lhe fez a vida impura.
Sempre tem limpo passado
Sabe a dor do desengano
Vive ao lado do amado
Mesmo sendo esse insano
Sempre dá passo bem dado
Quando lida com o humano.
Sua tez, mesmo com ruga
Mostra a sua altivez
Se a ela mal se julga
Nenhum mal ela lhe fez
Seu suor ela não suga
Tem a sua honradez.
A mulher é sempre bela
Mesmo quando já idosa
Ela será sempre aquela
Que nos oferece a rosa
Os espinhos que há nela
São as rimas dessa a prosa.
São tantas mulheres belas
Que não ouso enumerar
Elas sempre são aquelas
Que estão em bom lugar
Se quiser falar com elas
Seja sóbrio no falar.
Essas mulheres que falo
São aquelas em nossos dias
Dão ao mundo o seu trabalho
Com renuncia às calmarias
Não procuram por atalho
São, assim, novas Marias.