BRAZIL COM "Z", PADRÃO FIFA.
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O Brazil com “Z” prepara
Caldeirão para ferver.
Vem gringo de muito longe
Dólares pra cá trazer.
É pra ganhar essa copa
E cinquenta esquecer.
No tri, noventa milhões.
Hoje, pra mais de duzentos.
É preciso bom juízo
Pra guiar vela aos ventos.
Sem vacilo, nem moleza.
Do jogo nunca isentos.
A casa vai estar pronta
Pra receber essa gente
Dos quatro cantos do mundo.
Que vem e vão de repente
Norte, sul, leste, oeste
Nesse País continente.
Pra quem ama futebol
Vai ter jogo de montão.
Cores do mundo inteiro
Colorindo nosso chão.
É vestir verde amarelo
E compor esse cartão.
Seguir em paz nesse clima
Da nossa brasilidade.
Esbanjando no “fairplay”,
“Show” na hospitalidade.
Fiel à nossa bandeira,
Prova de maturidade.
É bom limpar bem as ouças
Pra não ficar na banheira.
Ao ouvir fala de gringo
Prove ser nó da madeira.
Se não entender, responda:
“I’m so sorry”, sem zoeira.
Se for dirigir, não beba!
Mas, se for beber nos chame.
De quatro em quatro anos
A copa vem em certame.
Pra voltar, não volte a pé,
Um taxi, aos santos clame.
Estádio virou arena
Muito bela e moderna.
Conforto, um luxo só.
O padrão FIFA governa
Sem dar muita atenção
Às mazelas da caverna.
Copa é tudo de bom!
É reforço no turismo
“Alavancagem” do “PIB”.
Motivo de otimismo
Por mérito ser aceito
Sem uso de eufemismo.
É gás pra economia
Força pra microempresa.
Oferta de mais empregos
É fato, tenha certeza.
Depois a autoestima
Sobe em plena leveza.
Também vêm as melhorias:
Aeroporto aqui
Um BTR pra lá
Pavimentação daqui.
Não perde quem esperar
Pelas obras no croqui.
A copa traz novidade
Faz índio ganhar estádio.
Vai ter futebol no mato
Pra ele cobrar pedágio.
Como já faz na estrada
Vai ter ingresso com ágio.
É a copa cidadã!
Nas ruas, tem movimento
De luta por mais de “tudo”,
Tamanho apartamento.
Mas vêm os gritos de gol.
Vozes de cada momento.
Recado bem proclamado:
O povo não mais suporta
O outro Brasil com “S”.
Tudo que hoje importa
Respeito, cidadania
O movimento reporta.
Futebol é pro Brasil
A sua maior indústria.
Oiapoque ao Chuí
É pura idolatria
Mas jogador que é bom
Embarca se expatria.
Pra qual seleção torcer
É indagação caseira
Só vem seleção de fora
Inclusive brasileira
Jogador tupiniquim
No banco, só de leseira.
Mas futebol tem de tudo
É bom estar preparado.
Só treinador tem cachê
A TV é seu babado.
No cursinho de teatro
Ficou mais civilizado.
Para o país da copa:
Jogos de portas fechadas
Torneios de bola murcha
Brigas de organizadas
Onde vasos sanitários
São armas utilizadas.
Naquele Brasil com “S”
Nem morto na catacumba
Dorme em paz no repouso
Por temer roubo na tumba.
Pra vir ao País da copa
Antes passar na macumba.
Mas padrão FIFA pra copa
Já vem sendo praticado
Por ladrão de fino trato
Que estuda dedicado
Línguas, etiqueta, charme!
Para não ser reclamado.
É bom vir bem prevenido
Pra ficar longe de bancos,
Léguas de box eletrônico
Voam e dão solavancos.
Ônibus quando não queimam
Vão aos trancos e barrancos.
Legal é ir de metrô
Único posto nos trilhos
Tudo demais corre livre:
- Condenados andarilhos
- Bloqueio de vias públicas
- Do ventre delas, os filhos.
Trazer seguro saúde
Por uma questão de luxo
Mas tem o SUS no plantão
Pronto pra qualquer repuxo
Mas se for dia de jogo
Melhor procurar um bruxo.
Péssimo é falta d’água
Pior que excesso dela.
Lata d’água na cabeça
Põe paulista na fivela.
No mais nove fora nada
Disso, nordeste flagela.
Deus pode ser brasileiro
Mas São Pedro não se sabe:
É pra torcer que não chova
Se chover nada desabe
Se desabar ninguém morra
Choro na copa não cabe.
É bom refrescar pra copa
Torcer contra a Itália
Afinal eles são tetra.
O hexa é de valia
Vindo é abençoado
Caso não, vai pra folia!
A copa divide tempo:
Se Brasil ganha, é festa.
O sol brilha no planalto.
A reeleição é gesta.
Se vai repetir cinquenta
Oh, copinha indigesta!
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Revisão
Eline Araújo
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O Brazil com “Z” prepara
Caldeirão para ferver.
Vem gringo de muito longe
Dólares pra cá trazer.
É pra ganhar essa copa
E cinquenta esquecer.
No tri, noventa milhões.
Hoje, pra mais de duzentos.
É preciso bom juízo
Pra guiar vela aos ventos.
Sem vacilo, nem moleza.
Do jogo nunca isentos.
A casa vai estar pronta
Pra receber essa gente
Dos quatro cantos do mundo.
Que vem e vão de repente
Norte, sul, leste, oeste
Nesse País continente.
Pra quem ama futebol
Vai ter jogo de montão.
Cores do mundo inteiro
Colorindo nosso chão.
É vestir verde amarelo
E compor esse cartão.
Seguir em paz nesse clima
Da nossa brasilidade.
Esbanjando no “fairplay”,
“Show” na hospitalidade.
Fiel à nossa bandeira,
Prova de maturidade.
É bom limpar bem as ouças
Pra não ficar na banheira.
Ao ouvir fala de gringo
Prove ser nó da madeira.
Se não entender, responda:
“I’m so sorry”, sem zoeira.
Se for dirigir, não beba!
Mas, se for beber nos chame.
De quatro em quatro anos
A copa vem em certame.
Pra voltar, não volte a pé,
Um taxi, aos santos clame.
Estádio virou arena
Muito bela e moderna.
Conforto, um luxo só.
O padrão FIFA governa
Sem dar muita atenção
Às mazelas da caverna.
Copa é tudo de bom!
É reforço no turismo
“Alavancagem” do “PIB”.
Motivo de otimismo
Por mérito ser aceito
Sem uso de eufemismo.
É gás pra economia
Força pra microempresa.
Oferta de mais empregos
É fato, tenha certeza.
Depois a autoestima
Sobe em plena leveza.
Também vêm as melhorias:
Aeroporto aqui
Um BTR pra lá
Pavimentação daqui.
Não perde quem esperar
Pelas obras no croqui.
A copa traz novidade
Faz índio ganhar estádio.
Vai ter futebol no mato
Pra ele cobrar pedágio.
Como já faz na estrada
Vai ter ingresso com ágio.
É a copa cidadã!
Nas ruas, tem movimento
De luta por mais de “tudo”,
Tamanho apartamento.
Mas vêm os gritos de gol.
Vozes de cada momento.
Recado bem proclamado:
O povo não mais suporta
O outro Brasil com “S”.
Tudo que hoje importa
Respeito, cidadania
O movimento reporta.
Futebol é pro Brasil
A sua maior indústria.
Oiapoque ao Chuí
É pura idolatria
Mas jogador que é bom
Embarca se expatria.
Pra qual seleção torcer
É indagação caseira
Só vem seleção de fora
Inclusive brasileira
Jogador tupiniquim
No banco, só de leseira.
Mas futebol tem de tudo
É bom estar preparado.
Só treinador tem cachê
A TV é seu babado.
No cursinho de teatro
Ficou mais civilizado.
Para o país da copa:
Jogos de portas fechadas
Torneios de bola murcha
Brigas de organizadas
Onde vasos sanitários
São armas utilizadas.
Naquele Brasil com “S”
Nem morto na catacumba
Dorme em paz no repouso
Por temer roubo na tumba.
Pra vir ao País da copa
Antes passar na macumba.
Mas padrão FIFA pra copa
Já vem sendo praticado
Por ladrão de fino trato
Que estuda dedicado
Línguas, etiqueta, charme!
Para não ser reclamado.
É bom vir bem prevenido
Pra ficar longe de bancos,
Léguas de box eletrônico
Voam e dão solavancos.
Ônibus quando não queimam
Vão aos trancos e barrancos.
Legal é ir de metrô
Único posto nos trilhos
Tudo demais corre livre:
- Condenados andarilhos
- Bloqueio de vias públicas
- Do ventre delas, os filhos.
Trazer seguro saúde
Por uma questão de luxo
Mas tem o SUS no plantão
Pronto pra qualquer repuxo
Mas se for dia de jogo
Melhor procurar um bruxo.
Péssimo é falta d’água
Pior que excesso dela.
Lata d’água na cabeça
Põe paulista na fivela.
No mais nove fora nada
Disso, nordeste flagela.
Deus pode ser brasileiro
Mas São Pedro não se sabe:
É pra torcer que não chova
Se chover nada desabe
Se desabar ninguém morra
Choro na copa não cabe.
É bom refrescar pra copa
Torcer contra a Itália
Afinal eles são tetra.
O hexa é de valia
Vindo é abençoado
Caso não, vai pra folia!
A copa divide tempo:
Se Brasil ganha, é festa.
O sol brilha no planalto.
A reeleição é gesta.
Se vai repetir cinquenta
Oh, copinha indigesta!
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Revisão
Eline Araújo
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