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UM SANTO NORDESTINO
 


Começo dos anos 30,
lá no século passado,
vem ao Brasil um rapaz
muito jovem, sem cartaz,
porém já frei ordenado.
 

E vindo dos estrangeiros,
aquele moço franzino,
cheio de disposição,
agora é Frei Damião,
cá, no solo nordestino.

 
Aqui chegou e plantou-se.
E, tornado brasileiro,
para além de dedicado
ao povão sacrificado,
foi tanto mais verdadeiro.

 
Radicado no Nordeste,
o europeu, dantes grã-fino,
passou à vida de pobre,
vez que decidiu ser nobre
por vocação do destino.
 

E magro, baixinho, o gajo,
porém forte como um touro,
em sua fé, cristãmente,
esse frade, de repente,
logo virou um tesouro.
 

Paciente, conselheiro,
sempre do bem no labor,
o frágil frei, com bondade,
dava ao povo liberdade
de sonhar com muito amor.
 

Foi em Bozzano, na Itália,
que nasceu Frei Damião.
Até já andara em guerra,
mas, co’o pé na nossa terra,
um santo por devoção.
 

Ao lado de Padim Ciço,
de todos se fez amado;
ícone religioso,
bom, amigão, caridoso,
demais aos simples voltado.
 

Inspirou cordéis e livros,
ganhou estátuas, então,
mundos voou sua fama.
Este, sim, é que se chama
um santo da região.
 

Ainda nalguns lugares
honras de cidadania
recebeu o capuchinho,
sempre com todo o carinho,
que nele a gente confia.
 

No Vaticano, um processo
há que torne o frei beato.
Que se desenterre o caso.
Papa Francisco, dê prazo,
e assine já esse ato!

 

Fort., 02/06/2014.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 02/06/2014
Reeditado em 02/06/2014
Código do texto: T4829419
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