* Luz na escuridão *
Um menino de 3 anos estava
Na oficina de seu pai,
Vendo-o fazer arreios e selas.
Queria ser igual a ele e por ai vai.
Imitando-o tomou um instrumento,
E começou a fazer o movimento
Batia num couro e dizia mais.
O instrumento pesado escapou
De sua pequenina mão,
Atingindo-lhe o olho esquerdo.
Por ventura deu infecção.
E atingiu também o olho direito
E o menino não ficou perfeito
Perdeu totalmente sua visão.
Com o passar do tempo,
Embora ficasse a pensar,
As imagens foram desaparecendo
Das cores não conseguia lembrar.
Aprendeu a ajudar o pai na oficina,
Com mais cuidado e disciplina
Pois este queria ajudar.
Ia para a escola diariamente
E todos admiravam sua memória.
Na verdade, não estava feliz.
Queria ler livros de histórias,
Escrever cartas, como seus colegas.
Frequentou escola para pessoa cega.
Aos dez anos contava vitória.
Lá havia livros com letras em relevo.
Os estudantes sentiam, pelo tato,
As formas das letras e aprendiam
Palavras e frases pelo contato.
Logo este estudante progrediu,
E em pouco tempo descobriu
Que era um método limitado.
As letras eram muito grandes.
Uma história muitas página enchia.
O processo de leitura era demorado.
A impressão só tinha carestia.
Em pouco tempo ele tinha lido
Tudo que havia sido imprimido
Na biblioteca e ria.
Queria mais. Como adorava música,
Tornou-se estudante de piano e violão.
O amor à música aguçou seu desejo,
Pela leitura das cifras então.
Queria ler também notas musicais.
Mas não existiam essas tais,
Passava noites pensando na solução.
Queria resolver o problema.
Ouviu falar de um capitão,
Que tinha desenvolvido um método
Para ler mensagens na escuridão.
A escrita noturna consistia,
Em conjuntos de pontos que trazia
Traços em relevo num papelão.
Os soldados podiam apressados,
Correr os dedos nos códigos e ler
Sem precisarem de luz.
E os problemas resolver.
Ora, se os soldados podiam,
Os cegos que já não viam,
Podiam também se desenvolver.
Procurou o Capitão que lhe mostrou,
Como o método funcionava.
Fez uma série de furinhos
Numa folha de papel e lhe mostrava
Realizado com um furador
Semelhante ao que cego lhe deixou.
E a todos impressionava.
Noite após noite e dia após dia,
Ele trabalhou no sistema de furos,
Fazendo adaptações e aperfeiçoando.
Suportou resistência ao escuro.
Os gastos com a tal impressão
Fora uma grande discussão.
Não achavam um negócio seguro.
Com persistência ele mostrou seu método.
Os meninos do Instituto se interessavam.
À noite, às escondidas, iam ao seu quarto,
Para aprender o que gostavam.
Finalmente, aos vinte anos de idade,
Braille chegou a ter felicidade,
Um alfabeto legível confirmava.
De um a seis pontos
Com combinações variadas.
O método Braille estava pronto.
Sua fórmula tinha sido inventada.
O sistema permitia ler e escrever,
Letras de música, que prazer!
Sistema Braille ela foi batizada.
A ideia encontrou aceitação.
Semanas antes de morrer,
No leito do hospital, ele disse:
- Morro com muito prazer,
Estou certo de que minha missão
Na Terra não terminou em vão.
Um dia vão me reconhecer.
Dois dias depois de completar
Quarenta e três anos, ele faleceu.
Nos anos seguintes à sua morte,
O método dele se elegeu.
E por vários países se espalhou.
Todo mundo dele gostou
Finalmente, o reconheceu.
Para aqueles que não enxergam
Foi aceito como o método oficial
De leitura e também de escrita.
Por ser um método especial.
Assim, os cegos puderam ler,
Escrever e se divertir com prazer
Pois Braille fora genial.
Graças a um menino em trevas,
Que dedicou sua vida a fazer luz
Para enriquecer a sua vida
E de todos os que a visão reduz
Encontram-se privados da visão.
Serviu a toda população,
Este sistema que conduz.
Não use suas limitações como desculpa,
Para não agir nem produzir.
É verdadeiramente impossibilitado,
Por não querer reagir.
Tudo deve nos trazer aprendizado,
A sabedoria está ao nosso lado.
Justamente para a gente refletir.
E superar as piores condições
E realizar o melhor para si
E também para os outros.
Vamos este exemplo seguir
Não fique com os braços cruzados
Sentindo-se o pior dos desgraçados
Procure algo bom produzir.
O fato aqui narrado
É uma história de superação,
Nunca se deixe abalar.
Todos nós temos uma missão,
Pelas dificuldades encontradas,
Pois estas não estão com nada
As oportunidades não retornarão.