BEIJEI O PESCOÇO DA DONZELA.

CORDEL MARTELO AGALOPADO.

Excrementos irrigam fartamente,

Dos insetos a sua proliferação,

Indivíduos se dizem inteligentes,

E também copulam a podridão,

É difícil definir quem é intruso,

nos ritos de dolentes procriações,

Saibam todos o mundo é detido,

Pelo fogo que norteia as paixões,

E por fim céu e terra se ajuntam,

Perfazendo paraíso e maldições.

Amar é driblar as incertezas,

É dormir sem saber o amanhã,

É acordar diante duma tristeza,

Mais refazer a vida no divã,

É saber que não existe realeza,

Se o outro decide pelo não,

É buscar no futuro a sutileza,

Para dar robustez a solidão,

É cantar inda a velar tristezas,

Chorar nas grandes emoções.

Olhei na fumaça do passado,

Interpretei antigas labaredas,

Lá estavam teu rosto estampado,

Duas vidas cravadas de pelejas,

Dei seqüência a esta alquimia,

Desvendei os seres envolvidos,

Me encontrei na cena enlutada,

Dum pranto cruel e destemido,

Já sei o quanto lutei por nada,

Minha sorte foi ter sobrevivido.

Beijei o pescoço da donzela,

Sem saber atingi seu coração,

Em seguida segurei a sua mão,

Já suava como fosse sentinela,

Sua face ficou rubra,amarela,

Foi perdendo a linda coloração,

Me benzi pra livrar da confusão,

Que arranjara ao lado da janela,

Se tiver que morrer ao lado dela,

O farei com grande satisfação.

Luso poemas 02/03/13