Apego-me às princesas, não aos castelos

Castelo de cartas, castelo de areia

Sem base, alicerce, que insegurança

Castelos no ar, argumento sem teia

Se o ato é de fé, é amor, confiança

Dá-me o desejo, que te domino

Que toda certeza eu desmantelo

O coraçãozinho daquele menino

Não é brinquedo nem berimbelo

O templo ruiu, a arena, o duelo

A muralha romana é só alegoria

Sorriso pálido de tom amarelo

Castelo de areia, reina hipocrisia

Na fortaleza só se vive de sonho

Pior que masmorra, só o flagelo

Era fantasia ou bicho medonho

Segue cordel, rimando martelo

Rompeu na fé a potente muralha

Derrubou muros e até paredão

Anda com fé: que Deus o valha!

Venceu procela, tomou de invasão

Carneiro, aríete, seu tronco é forte

Projeta o destino o firme arquiteto

De tanto trabalho, teve tanta sorte

E verde-esperança é seu novo teto

Mas, pra todo forte há um defensor

Constrói pontes em poema singelo

Casinha de rimas, mora o sonhador

Sonhou acordado o sonho mais belo

Duas morenas, lindas princesas

Velo teu sono, sou teu vigilante

Só alegria, guardo no semblante

Coisas de Cristo, tochas acesas

Bom alicerce é também consciência

Se amor é corrente, amar é o elo

Que o divino amor seja providência

Força na base, amor sem paralelo