* A caixa de Deus *
Um homem teve um sonho.
Que tivera um encontro com Deus
E porque se apresentasse triste,
Deus duas caixas lhe deu.
Uma era preta e envernizada
E a outra de cor dourada,
Com um laço de fita, é seu.
- Coloque suas tristezas na preta,
E suas alegrias guarde na dourada.
Ele entendeu Suas palavras
Desde então não deu mancada,
Passou a seguir a recomendação
Do Senhor da salvação
Sua vida deu uma mudada.
Depois de algum tempo,
O homem se surpreendeu
Porque a caixa dourada
Logo, logo se encheu.
Ficava cada dia mais pesada
E a preta continuava
Tão leve quanto a recebeu.
Tomado de imensa curiosidade,
Abriu a caixa preta sobre a mesa.
Queria saber por que estava tão leve,
Abriu-a com toda delicadeza.
Se todo dia ele colocava ali,
Tudo de ruim que viesse sentir
Até mesmo suas tristezas.
Um buraco na base da caixa,
Foi então que ele percebeu,
Por onde saíam suas tristezas.
Pensou alto, falando com Deus:
-Por que, você me deu Pai,
Uma caixa furada que tudo sai
E uma inteira, o que aconteceu?
O bom Pai logo respondeu:
-Meu filho, a caixa dourada,
É para você contar suas bênçãos.
Por isso, ela é fechada.
A preta é para deixar ir embora
Suas tristezas na mesma hora.
Não precisam ficar guardada.
Tristezas não resgatam dívidas
Diz o provérbio popular.
É extremamente prejudicial à vida
Mais que isso, para que guardar.
Além de ser má conselheira,
Acaba o discernimento de primeira.
A visão mental faz embaralhar.
Ela produz emoções de sofrimento,
Devem ser vencidas pela renovação,
Para não se transformar em amargura
Desinteresse ou obstinação.
A Criação convida à alegria.
Corpo e mente em sintonia
Do poema de exaltação.
A tristeza, quando se instala,
Espalha destruição,
Não merecendo, portanto,
Em nossas vidas aceitação.
Coloque-a, sempre na caixa preta,
Sem fundo e sem gaveta
Não guarde-a e nem der atenção.
Deposite todos os dias,
Na caixa dourada da existência,
As bênçãos que Deus nos agracia,
Lembrando-se com veemência
Que só o ato de existir,
Deve ser motivo para sorrir,
E motivo de resistência.