CORDEL – Dominguinhos - Sem mote – 26.07.2013
CORDEL – Sem mote – Dominguinhos – 26.07.2013
Uma tristeza medonha
Tomou conta do país
Numa atitude bisonha
Não foi o que ele quis
Garanhuns a sua terra
Num instante esquecida
Foi lá no seu pé de serra
Que acendeu sua vida
Pediu pra ser enterrado
Lá na cidade natal
Porém foi desrespeitado
Por parentes sem igual
Foi enterrado em Paulista
Aqui no grande Recife
Onde o querer do artista?
Fizeram-no de patife...
Eu ouvi sua entrevista
Ele falou claramente
Garanhuns é minha pista
É o que passa na mente
O desprezo de parentes
Até do governador
Que devia estar na frente
Para atender o cantor
Até sua ex-mulher
A Guadalupe cantora
Resolveu bater o pé
E decidiu nessa hora
Vai pra morada da paz
O féretro do Domingos
Matou de novo o rapaz
E não chorou nem um pingo
Que desgraçados nós somos
Neste Brasil de sacana
Não respeitam nem os sonos
Esses caras de bananas
Mas finalmente o governo
Usando de autoridade
Mandou pro quinto do inferno
E corrigiu a maldade
E mandou que se cumprisse
O desejo desse artista
Findou o disse me disse
Fila de carro na pista
Com pessoas bem comuns
Cheias de satisfação
Levaram pra Garanhuns
O poeta nosso irmão
Que já descansa na paz
Satisfeito seu desejo
Como esse povo é mordaz
Sem carinho e sem lampejo
Herdeiro de Gonzagão
Estão os dois lá no céu
“O jumento é nosso irmão”
Ganhou Luiz o troféu
O Vagalume