Andanças

I

Nessas andanças do verso,

Por caminhos tão diversos,

Eu resolvi aportar

Em um cais diferente,

Longe da minha gente,

Também distante do mar.

II

Vim parar no Umbuzeiro,

No recanto derradeiro

Dos valores preservados.

Canto agora em simples versos,

Os sentimentos imersos,

Os sonhos acalentados.

III

Vejo a torre e o campanário;

Sinto as bênçãos do vigário

Espalhadas pelas ruas.

Posso ver o sabiá:

Voa e canta lá e cá,

As saudades nuas e cruas.

IV

A saudade imensa mora

No peito e sempre nos cora

De tristeza ou alegria.

Mas ela não dura muito;

Pode ser um bom assunto

Para uma bela poesia.

V

Praças, bancos, casario;

O breve correr do rio

E o canto dos passarinhos.

O clima bem agradável,

Povo amigo, imensurável:

Somos pássaros nos ninhos.

VI

A História nos visitou,

Muita gente já lutou

Por esses Brasis a fora.

O povo desta cidade

Defende sempre a verdade,

De antigamente e de agora.

VII

Por isso, eu quero cantar,

Compor, também declamar,

O som da terra é diverso.

Sou provindo de outra terra,

Resolvi subir a serra

Nessas andanças do verso.

Jarrê
Enviado por Jarrê em 15/04/2014
Reeditado em 08/03/2020
Código do texto: T4769759
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