NOS OITO PÉS A QUADRÃO
O cordel tem qualidades
Em suas modalidades
Para as criatividades
De quem tem inspiração.
Agora nós vamos ver
Como se deve fazer
Quando se quer escrever
Nos oito pés a quadrão.
Esse estilo é coisa rica!
Nele, a gente metrifica,
Verseja e não se complica,
Se prestar bem atenção.
É uma forma gostosa,
Onde o poeta se entrosa,
Com oito versos por glosa,
Nos oito pés a quadrão.
O poeta cordelista,
Igualmente ao repentista,
Não deve perder de vista
Como é feita a armação.
Se fizeres oito linhas
Como tenho feito as minhas
Saberás como caminhas
Nos oito pés a quadrão.
Faço sem ficar disperso
Sete sílabas por verso
Porque em todo universo
É seguido esse padrão.
E pra não sair do trilho
O poema tem mais brilho
Findando com o estribilho:
Nos oito pés a quadrão.
Pra fazer a obra prima
O terceiro verso rima
Igualmente aos dois de cima
Com muita imaginação.
Mergulhado no contexto
Rimo os versos quinto e sexto
E o sétimo segue o pretexto
Dos oito pés a quadrão.
Pra estrofe terminar
É preciso observar
Que ainda faltam rimar
Dois versos da construção.
Rimando quarto e oitavo
O poema eu alinhavo
Como a abelha faz o favo
Nos oito pés a quadrão.