Escravidão, resistência e Luta

Desde o inicio dos tempos

Que existiu a escravidão

O império Romano ergueu

Sua grande nação

Na Grécia o escravo

Não era considerado cidadão.

África também forneceu

Para o mundo uma porção

Os negros foram vendidos

A América e tantas outras nação

Prá servir de mão de obra

E aumentar a produção.

No Brasil a escravidão se deu

Primeiro com os nativos

Que das ordens dos senhores correu

Por isso D’Africa trouxeram

Negros que sem opção obedeceu.

Aqui foram vendidos

Nos mercados negreiros

Como animais escolhidos

Para servir a senhores

Dos canaviais inteiros.

O negro trabalhava pesado

Pacífico e obediente

Ameaçado pelo chicote

E amarrados na corrente.

Trabalhar noite e dia

Negro não tinha voz

Apenas trabalho e agonia

Para sustentar os brancos

Na sua vida de mordomia

Se errasse da vida não tinha garantia.

Vida e dignidade ali não existia

O negro só trabalhava

E o patrão se divertia

Castigava os escravos

O seu direito não se indagava

Apenas os maltratava.

Os senhores eram tiranos

E maldades reinava

Se eram seres humanos

Pouco se importavam

Com atos desumanos

Os negros castigavam.

Se dizendo cristão

Afirmava ser o negro sem alma

Nem tampouco coração

Separavam a família

Pais filhos e irmão

Sem nenhum sentimento

De dó ou compaixão.

Tudo tem um limite

Inclusive a Humilhação

O negro não mais suportou

Tantos maus tratos e escravidão

Resistiram aos castigos

E começou dizer não

Mesmo perante os perigos.

O sonho de liberdade

Começaram a chegar

Os negros, os castigos

Não quiseram aceitar

Buscaram dignidade

E os quilombos fundar

Abandonando as fazendas

No mato se escondia

Para quilombos distantes

O negro fugia

Escondendo nas matas

Seja noite, ou seja, dia.

Os senhores de escravo

Jagunços contratavam

Considerando o pobre negro

Como um ser perigoso e bravo

Castigavam e marcava

Como exemplo a outro escravo.

Como tudo tem seu dia

O do negro também chegou

Unidos por uma só causa

A liberdade reinou

Das senzalas aos quilombos

O negro se libertou.

Fugindo para os quilombos

De noite pelas florestas

O negro se organizava

De tudo ali plantavam

Em comunidade primitiva

Ali se sustentavam

Acreditando que o sofrimento

Um dia se acabavam.

De Norte a Sul do Brasil

Os quilombos multiplicavam

Os senhores em fúria

Como animais os caçavam

Mas a união eram mais forte

E todos se organizavam

Resistiram até o fim

Sem medo dos tiros de espingarda.

E houve muitos quilombos

Com ordem e disciplina

O povo era organizado

E seguiam uma rotina

Todos obedeciam ao líder

Pra não cair em ruína.

Na Bahia, os quilombos

Muito tempo resistiu

Em busca da Esperança

De um dia por estas terras

Andar livre como as crianças.

Mais Palmares é sem dúvida

O símbolo da resistência

Das lutas organizadas

Contra os tiranos da violência

Que queriam dos negros

Trabalho e obediência.

Palmares foi destruída

Pelas armas do Senhor

Mas todos ali resistiu

Com muita força e dor

Mas na certeza de construir

Uma vida plena e amor.

Em 20 de novembro mataram Zumbi

Data da esperança

De um mundo mais justo

Igualitário e sem vingança

Essa data é pra pensar

Quem acredita, alcança.

Vamos dar salva a Zumbi

O herói negro querido

Que lutou até o fim

Pra ver seu povo abolido

Sua memória esta em mim

Como um homem destemido.

No Brasil de hoje

Ainda tem velhos quilombos

Que precisa ser provado

E o povo ser indenizado

O país tem essa dívida

Com o povo, outrora escravizado.

Reconhecer sua identidade

Suas crenças, a sua diversidade

Antes de ser criticada

É preciso conhecer

A sublime multiculturalidade.

Com honra, finalizo esse cordel

Quero saber quem me ajuda

Colocar mais no papel

A história do negro

De forma honesta e fiel.