* A brasa solitária *
Um homem ia sempre aos serviços
Dominicais de sua congregação.
E começou a achar que o pastor
Fazia sempre a mesma pregação.
E a igreja parou de frequentar.
Um dia o pastor foi lhe visitar.
E fez-lhe uma grande pressão.
- Deve ter vindo para tentar
Convencer-me a voltar.
Pensou ele consigo mesmo.
Antes do mesmo alguma coisa falar.
De rente veio em sua imaginação
Que não ia dizer a razão
Dos sermões que estava a pregar.
Precisava encontrar uma desculpa,
Então ele colocou duas cadeiras
Para sentarem na varanda
Em frente de uma linda lareira.
E falar sobre o tempo começou.
E não dizia nada o pastor.
Ele jogava conversa de bobeira.
A conversa estava desajeitada,
O pastor nada falou.
Depois de tentar puxar conversa
Ele também se calou.
Os dois em silêncio ficaram,
Talvez meia hora passaram,
Observando o fogo que se formou.
Então o pastor se levantou,
E pegou um galho não queimado,
Afastou uma brasa, pensativo.
Colocou-a um pouco afastado
Longe do fogo da lareira.
E voltou a sentar na cadeira
E novamente ficou calado.
Ela não pode continuar queimando,
Então começou a apagar.
Depressa o homem levantou
De volta a lareira foi jogar.
- Boa noite – Disse o pastor,
Já estar tarde, eu já vou.
Dirigiu-se para a porta atravessar.
- Boa noite e muito obrigado!
– Respondeu o homem ofegante.
– A brasa longe do fogo,
Por mais que ela seja brilhante,
Ela se extinguirá rapidamente.
Assim também é a gente
Longe dos seus semelhantes.
Por mais inteligente que seja,
Não conseguirá conservar
Seu calor e sua chama.
Percebeu que assim não dá.
Voltarei à igreja no domingo.
Não é justo ficar me excluindo
Preciso ao rebanho me juntar.