Cataratas, o dia "D"
Cataratas, o dia “D”
Hoje é o dia “D”... Cataratas!
Sumi-vos!
Hoje é o dia, não temais,
é só uma “cartaratinha”, não parece, sem som e não faz “barulho”...
O Ultra Som, não é o som da queda d’águas, é tecnologia, nada mais.
Ele acaba com a catarata ,o “barulho”.
Nessa aventura, chato mesmo é o jejum... Arre que fome!
Nem um biscoitinho para o coitado do velhinho.
O estômago ronca, tripas em nós, o olho a ser violado, operado,
lacrimeja, remela.
Um cheirinho gostoso vem arrastado pelo vento é do bife malpassado,
frito na panela.
Que frio no estômago, o peito apertado, o coração, em tensão, acelerado.
Mãos ensopadas, molhadas.
Será medo? Estou preocupado.
Apavorado!
Que nada! É fome mesmo. Estou é faminto!
Verdade! Sou igual a índio, não minto. Índio não quer só apito.
Índio quer bem enxergar, na marra, no grito.
Ler jornais, revistas... Ver tevê.
Ver para poder bobagens escrever,
É o que mais quero, Não ver nas mídias esse lero-lero...
Ainda bem que no rol das recomendações – pré e pos cirurgia- está ler a Bíblia.
Fé ajuda! Que Deus nos acuda!
No Centro Cirúrgico, uma festa. Alegria, alegria...
O ir e vir, o entra e sai... Em profusão: médicos, auxiliares e enfermeiros.
A chegar nem sempre os primeiros.
Mas é uma organizada festa, uma ímpar sintonia!
A cirurgia... Chegada a é a hora... “Ufa”! Sem demora!
“Senhor vamos, é a sua vez”. “Vamos ao banheiro”?
-“Fazer o quê menina”?
“Xixi”.
“Ahmm,ahmm... bem”!
“O senhor segura...”
-“Seguro o quê menina”?
“Ora! O frasco de soro”!
“Ahmm,ahmm... bem”!
Pano rápido: A catarata sumiu. O “barulho” escutado, era a queda no vaso, do xixi.
A visão... Nota mil.
Óculos, sumi-vos!
BNandú abr/2014