CORDEL – Mote – Devagar eu fui lutando - E cheguei ao texto mil - 31.03.2014
 
 
          Antes de iniciar a minha composição quero, como de praxe, dirigir algumas palavras aos leitores que muito me prestigiaram naquilo que produzi aqui no Recanto das Letras. Eu nunca fui poeta de coisa alguma, nem mesmo na época da minha juventude, na escola, na faculdade, na vida, enfim. Digo sem medo de errar que foi aqui neste portal que consegui engatinhar e produzir meus primeiros versos, muitos dos quais sem sentido para os leitores, todavia sempre o máximo que pude dar. Tive a sorte de conseguir elaborar várias composições em parceria com poetas de primeira ordem, aos quais fico eternamente agradecido. Quem não sabe é como quem nada vê, mas isso não é motivo para deixar de arriscar, porquanto Deus concedeu a todos os seus filhos um pouco de capacidade para escolher o que desejar na vida; alguns mais, outros menos, todavia ninguém pode se considerar incapaz de coisa alguma. Querer é poder. E quem “quer faz; quem não quer, manda”. Quanto aos mal entendidos, que são inevitáveis, convido-os a esquecê-los.
 
CORDEL - Mote – Devagar eu fui lutando – E chequei ao texto mil
REGRAS – Oitavas de sete sílabas poéticas
Rimas – ABABCDCD
Interações – À vontade, nas regras.
Data – 31.03.2014
 
 
Enfim alcancei a marca
Coisa que nunca pensei
Jamais quis ser um monarca
Eu não nasci pra ser rei
Por vezes quase chorando
Por todo esse meu Brasil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Foi dureza seu bom moço
Suportar gente severa
Andei no fundo do poço
Mas a crítica sincera
Já estava me abalando
Por vezes não fui gentil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Quem não gosta de elogio!
Pra fortalecer nosso ego
Quando penso me arrepio
Sem estopa não tem prego
Mesmo que esteja rimando
E por vezes bem febril
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Eu conheci gente fina
Aqui mesmo no recanto
Que nem atingiu a esquina
E saiu com desencanto
Por vezes se lamentando
Doente e quiçá hostil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Conheci muitos anônimos
Todos que ficam por fora
Que para mim são sinônimos
Pior do que catapora
Que contagia voando
Num ambiente viril
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Por aqui eu conheci
Muita pessoa bondosa
Mas ao vivo nunca vi
Mulheres que foram rosa
Com seu perfume exalando
Não é primeiro de abril
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Mas só não me apaixonei
Porque meu amor é seguro
Mas por vezes delirei
Fiquei em cima do muro
Porém sempre caminhando
Sem nunca entrar em ardil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Discuti com muita gente
Sem querer mal a ninguém
Claro não fico contente
Aqui fica este porém
Pois não gosto de desmando
Nem ainda estou senil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Procurei sim ajudar
Naquilo que era possível
Sempre a me prontificar
Então eu fui acessível
E continuo falando
Gravando no meu buril
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Só um fato me entristece
Quando critico o governo
Grande parte se aborrece
 Eleitores de caderno
De ladrão aprova o bando
Nesta pátria varonil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Duma coisa fiquem certos
Da minha sinceridade
Os meus sonhos são repletos
De paz e fraternidade
Sou um sujeito bem brando
Muitas vezes infantil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Por vezes adoeci
E pensei chegar ao fim
Fui direto ao bisturi
Nunca sofri tanto assim
Mas meu Deus sempre ajudando
Provendo o meu cantil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Pra muita gente é besteira
Porque isso ultrapassaram
Sim, pode até ser asneira,
Mas poucos aqui chegaram
Eu a todos vou vibrando
Bem aqui do meu covil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Do que ainda preciso
É aprender poesia
Porque ainda indeciso
Mas juro que eu gostaria
Estou sempre pesquisando
Tanta gente azul-anil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Por vezes eu me chateio
Pensando fiz amizade
Mas foi apenas rateio
Porque se afasta o confrade
Então eu fico pensando
Não consigo ser servil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Quatro compadres eu fiz
Jota Feitosa, Jacó
Filho, Jerson Brito eu quis,
Então nunca fiquei só
Com Sérgio Márcio brincando
Poeta muito gentil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Mas eu quero só dizer
Isso aqui é verdadeiro
 Gostei de acontecer
Um amigo, o primeiro,
E na vida poetando
Lá fora um cara civil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Já uma grande beleza
Assim que a ele pedi
Com toda a sua pureza
Obra que sempre senti
Ele foi logo enviando
Foi um cordel bem sutil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Cujo mote foi recreio: (¹)
“Só chega mulher bonita
Mas minha namorada não veio” (²)
Porém foi legal na escrita
Continua me ajudando
Esse que é seu perfil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Juntos fizemos alguns
              Até mesmo mais complexos
            Com mais amigos comuns
                Ora mando meus amplexos
                 Figuras que me lembrando
    Ignoro a gente vil
              Loas pra quem é gentil
                    Hoje ainda estou lutando
         Ora já no texto mil
 
Outro cara bem porreta
Que por demais me ensinou
Jerson Brito, que caneta!
Poeta, grande primor,
Que no norte caminhando
Adorando o mulheril
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL

Só por questão de justiça

Quero aqui me referir
Claro não foi por preguiça
Esqueci-me de aludir
Na Celêdian vou falando
Pessoa nobre e gentil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Celêdian Assis, querida,
Que me perdoe esse lapso
Minha cabeça esquecida
Anda a beira do colapso
Continuo lhe adorando
Estou ficando infantil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL
 
Você muito me ajudou
Em momento cruciante
Mas eu creio que vingou
Não quis ser deselegante
Já estou quase chorando
Você é bem feminil
DEVAGAR EU FUI LUTANDO
E CHEGUEI AO TEXTO MIL

 
(¹) – Fácil pra ele, mesmo que queijo.
(²) – Verso com nove sílabas não pode num cordel de sete. A palavra namorada poderia ser substituída por “mulher”, “gata”, etc. Então o verso ficaria com sete sílabas poéticas.
A décima nona estrofe está com nove versos somente para adaptar.
 
Vou ficando por aqui, deixando uma mensagem que espero seja entendida por todos quantos fazem este RL. É que meu estado clínico teve uma piora considerável, deixando-me praticamente sem condição de me dedicar, como outrora, visitando e comentando amigos e leitores. Desta data em diante, por absoluta necessidade, eu me considero desobrigado de fazer comentários a respeito dos textos dos prezados colegas, todavia fico de acordo com que esses também não interpretem os meus. Isso não significa, evidentemente, que deixarei de ler as obras de todo e qualquer poeta, escritor, crítico, pois por estas bandas tem gente muito especial, notadamente os meus compadres e assíduos visitantes deste modesto criado de todos.
 
Meu abraço fraternal... fiquem todos na paz de Deus;
 
Ansilgus

 INTERAÇÕES:
 
 
01/04/14 20:22 - Edmilton Torres

Caro Ansilgus...

 Poeta de alma pura
Que compõe com humildade
Tua obra é de candura

Com uma aura de bondade
Teus textos foste postando
 De uma forma bem sutil
 Grande prêmio conquistando
 Ao postar o texto mil



Contigo tive o prazer
 De compor em parceria
 Quando pude conhecer
Essa tua fidalguia
 Pra mim sempre demonstrando
Comportamento gentil

Por isto estou te saudando
Ao postar o texto mil

 Sou teu fã, hoje confesso

 Tenha paz em plenitude
 Torço pelo seu sucesso
 Que recupere a saúde

 E continue encantando
Os leitores de Brasil

 Que hoje estão te louvando
Ao postar o texto mil.
 
 Edmilton Torres
 
03/04/14 09:00 - Jacó Filho

Pensamos muito parecido,
A cerca da vida e do mundo...
Um Respeito mútuo profundo,
Que se tornou amadurecido...
Estou agora o felicitando,
Diante do que conseguiu...
Devagar você foi lutando,
E já passou do texto mil...

 
Parabéns! Compadre Ansilgus, seu talento é incontestável e um presente
de Deus aos seus leitores... E que Ele o abençoe e o  ilumine...
Sempre...
ansilgus
Enviado por ansilgus em 31/03/2014
Reeditado em 07/04/2014
Código do texto: T4750375
Classificação de conteúdo: seguro
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