CORDEL – Mote – Quando fui te conhecer – Tu não eras quase nada – 19.03.2014
 
 
CORDEL – Mote – Quando fui te conhecer – Tu não eras quase nada – 19.03.2014
 
 
Parceria que muito me honrou com os poetas de grande categoria, senhores Jacó Filho (este que é meu compadre) e Miguel Jacó, que servem de referência aqui e fora do Recanto das Letras. Eles foram grandes responsáveis por minha permanência aqui no RL. Não poderia deixar de agradecer ao grande poeta Jerson Brito, das bandas do Norte, que muito me encaminhou nas lides do cordel. Muito grato meus amigos. Sem vocês eu não teria escrito nada. Deus lhes pague. Ansilgus.
 
Regras – oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rimas ABABCDCD ou o que os parceiros optar em seus versos.
 
 
Jacó Filho compôs esses versos:
 
 
Cada vez que adquiria,
Um novo AP conjugado,
Eu lembrava de você,
Dormindo pelas calçadas...
Sua história assustaria
A qualquer desavisado.
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
 
O fato de estarmos juntos,
Prova sermos parecidos...
O teu tempero atrevido,
Domina qualquer assunto...
E enquanto não morrer,
Cumpriremos a jornada
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
Nosso dom para negócios,
Foi um presente divino...
Herdado quando meninos,
E cresceu depois de sócios,
Permitiu-nos enriquecer,
Duma forma acelerada.
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
Quem nos ver usando beca,
Não imagina o começo...
Só de pensar, estremeço,
Ou então faço promessa.
Que antes de envelhecer,
Terei da menta apagada...
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
A sarjeta me dá forças,
Nas horas que esmoreço.
Repito que não mereço,
Volta para vida tosca...
Pois seria retroceder
Duma forma desregrada.
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
A minha vida e a tua,
Juntas dariam um cordel.
Pois da tristeza a granel,
Que angariamos na rua,
Ninguém irá reconhecer,
Em riqueza transformada.
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
Assegurado o patrimônio,
E nossa aposentadoria,
Começamos na poesia,
Pra manter o feromônio.
E assumindo pra valer,
Fez-se ouro, a jornada...
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
Refeitas nossas biografias,
E cada um pro seu lado,
Aqui fica registrado,
Para se ler todos os dias...
Digo a quem quiser crescer:
Esqueça dores passadas...
Quando eu fui te conhecer,
Tu não eras quase nada...
 
Miguel Jacó assim se pronunciou:
 
Duas pessoas estranhas,
Sem vínculos ou pretensão,
Mas a vida é uma nação,
Onde o sonho acontece,
Nem  é preciso prever,
Pode vir uma emboscada,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Uma menina acanhada,
Com os olhos de remela
Me olhava da janela,
Eu ficava encabulado,
Resolvi pagar pra ver,
Daí fiquei assanhado
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Esta futura mulher,
Foi crescendo a priori,
Hoje todo homem quer,
Não há um que não olhe,
Ela diz tu não se ver,
Podes mudar de calçada,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Fomos trocando olhares,
Todo domingo na missa,
Eram muitos caminhares,
Quanta vontade omissa,
Então fui buscar prazer,
Mas já estava constatado,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Havia certa arrogância,
Desprovida de maldade,
De uma recém-criança,
Agora moça formada,
Trabalhei pra desfazer,
Sua opinião formada,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Quando lhe acometi,
Com meu olhar afiado,
Ela disse nunca vi,
Um ser tão compenetrado,
Assim dá gosto viver,
E ainda ser amada,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Abanei com a cabeça,
Fiz um sinal positivo,
Cada um que lhe mereça,
Para mudar seu juízo,
Agora meu bem querer
Tu serás apaziguada,      
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Começamos o namoro,
Era festa todo dia,
A gente fazia amor,
Desdobrando alegrias,
Ela veio me dizer,
Agora já estou grávida,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Dei um pinote de susto,
Disfarcei logo a seguir,
Tratei de me corrigir,
Mas até me deu soluço,
Mas falei do meu prazer,
Na vida compartilhada,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Resolvemos não casar,
Criarmos o filho juntos,
Para revolucionarmos,
Este esquentado assunto,
O importante é viver,
De forma inesperada,
QUANDO FUI TE CONHECER,
TU NÃO ERAS QUASE NADA.
 
Ansilgus elaborou as suas estrofes do modo abaixo:
 
Quando eu era pequenino
Tão pobre como ninguém
Uma joia de menino
Muito teimoso, porém,
Eu passei a perceber
Tua beleza encantada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Todo mundo lá da vila
De certo modo queria
Mas tu muito bem tranquila
Pra ninguém dava ousadia
Claro que iria crescer
Perto ali da meninada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Quando chegava a noitinha
Todos nós nos reunia
Pra conversar abobrinha
Tu eras só alegria
Então eu pude absorver
Que estava ali uma fada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Quase nada bem se diga
Em relação à mulher
Fazia eu sinal de figa
Para um santo qualquer
Só para te proteger
De pessoa endiabrada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Teu crescimento porém
Era bem acelerado
Penso que fora o xerém
Muito bem vitaminado
Que comias pra valer
Além de bela, engraçada,
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Teu corpo foi reformando
Pela própria natureza
A todos tu encantando
Com essa grande beleza
Só não fazias chover
Com sua linda risada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Assim viraste um modelo
Que pra todos encantava
Valia pena teu zelo
Pois ao povo delirava
Teu bonito pubescer
Logo deu uma guinada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Então não pude aguentar
Tanta paixão incontida
Meu querer a desaguar
Fez-me dar uma investida
Inda quis me refazer
Mas tu adoraste a jogada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Daí pra frente foi fácil
Ganhei tua confiança
Tu com esse rosto grácil
Com teu cabelo de trança
O tal beijo fez nascer
A minha mulher amada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA
 
Foi quando fui amarrado
No teu peito com fervor
Num amor idolatrado
Presente o Nosso Senhor
Que me fez abastecer
De carícia tão mimada
QUANDO FUI TE CONHECER
TU NÃO ERAS QUASE NADA

 
Fonte da foto: INTERNET/GOOGLE - Em havendo direito autoral me avise, pois retirarei a foto imediatamente.
 
Ansilgus

 27/03/2014 - Paulo Kostella interagiu assim, grato:
Eu não era quase nada
Quando vim te conhecer
Mas depois das aulas dadas
Vi meus conhecimentos fortalecer.
 
ansilgus e Jacó Filho e Miguel Jacó
Enviado por ansilgus em 21/03/2014
Reeditado em 27/03/2014
Código do texto: T4737578
Classificação de conteúdo: seguro
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