CORDEL EU APRENDI
Aprendi fazer cordel
fiquei muito emocionada
eu fazia versos mas de
cordel não entendia nada
meu amigo Emersom
me deu as coordenadas
Fiz o meu primeiro beleza
falei dos meus avós
das suas mancadas proezas
um casal muito engraçado
daqueles de camas e mesas
porém muito bem educado
Minha avó morria de preguiça
meu avô vivia na lida
a velha era cheia de malícia
era uma mulé sem vida
Antonio era empregado
morria de trabalhar o coitado
Elvira era o seu nome
te alevanta desse cadeira
dizia triste o seu home
dá dó ver tu nessa besteira
de não viver isso me consome
qualquer dia tu morre de fome
Queria ser um anjo
pra te levar para o céu
só assim valia esse abandono
de te ver nesse escarcéu
sentada de dia e de noite
parece ser de papel
Antonio sou uma mulé doente
tu é que não entende meu sofrer
dói a cabeça os pés o dente
tem pena do meu padecer
choro sempre de tristeza
eu não tenho prazer
Pois mulé ver se morre
assim não dá pra viver
tu sofre e me aperreia
de ver tu tanto sofre
pelo menos lá na glória
alegre tu vai ser.