* O Papel e a Tinta *
Certo dia, uma folha de papel,
Estava com outras folhas iguais
Colocadas em cima da mesa
Viu-se coberta de sinais.
Uma pena, molhada de tinta,
Havia escrito coisas tão distintas
Uma porção de palavras especiais.
— Será que você não podia ter
Me poupado desta humilhação?
- Disse a folha de papel,
Furiosa, pela situação.
— Espere! Respondeu a tinta.
Não lhe estraguei, não minta.
Eu fiz em você uma decoração.
Agora você não é mais
Uma folha de papel,
Mas sim uma mensagem.
Merecia ganhar um troféu.
Você é uma perfeita guardiã
Do pensamento humano, anh!
Fiz isto com um simples pincel.
Você agora se transformou
Num documento precioso.
Alguém foi arrumar a mesa
E percebeu este ato carinhoso.
Ia apanhá-las e jogar na lareira.
Subitamente, olhou de bobeira,
E entendeu este ato maravilhoso.
Reparou na folha escrita com tinta.
E guardou a que tinha uma mensagem.
Encantado com o que havia escrito
Percebeu que não era bobagem.
Jogou as folhas em branco fora
Pegou a escrita e foi embora
E a carrega em sua bagagem.