As Aventuras de PIrrito- minha vida com ele
Nesta vida de meu Deus
Eu me atrevo a registrar
As histórias que vivi
Lá na Glória do Goitá
Com uma grande companhia
Lado a lado com alegria
Agora vou lhes contar...
No começo
Eu conheci seu Pirrito
Já nem sei como saber
Foi num passado distante
Difícil reconhecer
Mas minha vida com ele
Agora venho escrever.
Minha primeira lembrança
Talvez não tenho certeza
Foi em Glória do Goitá
A sua amada princesa
Devo ter pedido a bênção
Ele me deu com firmeza.
Seu Pirrito é meu padrinho
Com vela no batizado
Lá na Senhora da Glória
Onde eu fui abençoado
Obrigado Senhor Deus
Por este homem tão honrado.
A companhia e as histórias.
Seu Pirrito tem por fé
Contas do Cristianismo
E educou os seus filhos
Dentro do Catolicismo
Mas importante é amar
E seguir com altruísmo.
Tem o amor de seus filhos
Além de ser carismático
E vê nas dificuldades
Um recurso muito prático
É também reconhecido
Por seu caráter simpático.
Lembro que quando nasci
Ele era vereador
Recordo de alguns comícios
Discurso respeitador
Ainda hoje as pessoas
Exaltam o seu valor.
Dessas coisas aprendi
Apenas o necessário
Na vida fazer amigos
Servir como missionário
E não sermos inimigos
Na política, adversários.
Vendo ele pela manhã
Aprendi comer cuscuz
Almoçando feijão preto
Que no meio-dia conduz
À noite tomando sopa
Sob a companhia da luz.
Eu lembro dele pedreiro
Mestre e também ajudante
O vi erguendo as paredes
Como diziam que era antes
Ajudei levar tijolo
Para mim foi importante.
Eu sempre o vi trabalhar
Como um certo presidente
De uma tal Sociedade
Por um fim beneficente
São muitos e longos anos
Pelo passado e presente.
Para ver o futebol
Um dia ele me levou
No estádio municipal
Assim quando o sol baixou
Com o time do coração
Cansamos de gritar gol.
Hoje morando distante
Relembro todo saudoso
Do São João e da fogueira
E do banquete gostoso
Saudade da minha terra
E do meu povo bondoso.
Lembro do primeiro livro
Que Seu Pirrito lançou
Li-o embaixo da mesa
Na noite que festejou
Na praça J'aquim Nabuco
Que a cidade logo amou.
Depois veio o segundo
Este ajudei digitar
Ao lado dos meus amigos
Que ficavam a ditar
Os meus primos e irmãos
Também estavam por lá.
No terceiro também fui
Digitador e leitor
Demorei mas concluí
Com muita fé e amor
Dessa memória da estrada
Que ele foi trabalhador.
'Inda hoje quando escrevo
Fico sempre imaginar
Naqueles versos precisos
Das histórias do lugar
E eu me pego pensando
Vivendo aquele rimar.
Concluindo
Eu sou o seu nono neto
Afilhado também sou
Me botei a fazer verso
Pois foi ele que inventou
O faço neste momento
Padrinho de casamento
Segue como começou.
Minha admiração por ele
Escrevi nestas memórias
Pra muito além de palavras
Rimadas pelas histórias
Queria um pouco mais dele
Pra cantar à nossa Glória.
Peço já minhas desculpas
Para os meus familiares
Encurtei por muit'o verso
Sem contar os seus andares
Mas assim deixo em aberto
Para quem for mais esperto
E registrar seus contares.
P ortanto eu pude viver
I das, vindas e caminhos
R elembrando as alegrias
R astradas em pergaminhos
I guais àquelas histórias
T odas vivas nas memórias
O u nada seria sozinho.
R efaço a vida em cordel
O uvindo o som das lembranças
D eixo registro em papel
R econtando essas andanças
I mito a vida em meu verso
G uardo num cant'universo
O que vi desde criança.
Boa Vista do Rio Branco, 06 de março de 2014
197 anos da Revolução Pernambucana