Pedido aos Cordelistas
Pedido aos cordelistas
Jorge Linhaça
Cordelistas de plantão
Queiram cá me explicar
Prestem muita atenção
No tanto de indagação
Que lhes faço agora e já:
Cordelista eu não sou
Só faço mesmo é brincar
Os versos fazendo vou
Tipo quem gostar gostou
Procurando acertar
Mas é tanta confusão
Tanta estrofe diferente
Que se eu acerto a mão
É por pura intuição
Acredite minha gente
Uma estrofe, cinco versos,
É o que me deixa a vontade
Mas não sei se faz, confesso,
Parte desse universo
Do cordelar de verdade
Quantas estrofes, será,
Que um cordel deve ter?
Vivo a me perguntar
Sem respostas encontrar
Pra aumentar o meu saber.
Quantos versos, devo pôr
Na feitura de um cordel?
Para as estrofes compor
Como bom compositor
Sem soltar verso ao léu?
Quantas sílabas porei
Para acertar o poema?
Depende do tipo eu sei
Mas diga lá , ó meu rei:
Como saio do dilema?
Quem puder que me responda
Pr’ajudar este ceguinho
Que pelo cordel só ronda
Perdido, meio na sombra,
Procurando seu caminho.
Desde já eu agradeço
Pela sua atenção
Se a resposta mereço
Conto já com seu apreço
Pra resolver a questão.