UM EU POÉTICO
De dentro do meu ser,surgiu um Eu.
Queria dizer,que era meu outro Eu.
Disse que se sentia muito preso,
que tinha fogo e que estava aceso.
Ao fogo que vinha queimando,
aos montes,as palavras jogando.
Então,quis para fora,o Eu sair,
para avisar que ele tinha de vir.
Um lindo poema consigo trazia,
para eu,cá de fora,ele dizia:
-Solte palavras aos poucos,moço!
-Não deixe para a hora do almoço!
-Faça de jeito que uns aproveitem,
nem permita que letras queimem!
-Você tem as palavras na mente!
-São feitas para usar de repente!
-Preste atenção no que eu lhe digo,
porque eu não falo mais contigo!
-Agora tenho que o fogo apagar!
-Para seu eu,tenho de voltar!
Para dentro do meu ser,o Eu voltou.
Algo me diz que um poeta acordou.
Numa caneta peguei,também num papel.
Assim nasceu um poema de cordel.
Olivercan,autor.