PARTE IV – FINAL
 
 
O Rogério Tolentino
Na época da malandragem
Era um sujeito supino (alto, elevado, superior...)
Com muita quilometragem
Sócio e também advogado (do Valério)
Com tamanha inspiração
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Dos heróis do “mensalão”
 
De acordo com a denúncia
Do então Procurador
Veio então à pronúncia
Com muito grande louvor
Coração dilacerado
Bom na distribuição
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Dos heróis do “mensalão”
 
Recebeu quase nove anos
Multa de trezentos mil
É assim como procedem
Os sabidos no Brasil
Então ficou besuntado
Pronto de forno a fogão
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Dos heróis do “mensalão”
 
No nome desse senhor
Tem o conhecido “Lanza”
Que foi um grande tenor
Cantar pra ele era canja (fácil, sua voz era extraordinária)
De coração complicado
Morreu o tal vozeirão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Mas aos trinta e oito anos
Deus o levou para o céu
Pros médicos, desengano,
De se tirar o chapéu
Um sujeito complicado
Gostava de confusão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Alfred Arnold Cocozza
O seu verdadeiro nome
Da Filadélfia sem prosa
Lanza era seu codinome
Artista descontrolado
Sempre perdia a razão
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Dos heróis do “mensalão”
 
O Sílvio José Pereira  (Silvinho)
Secretário do PT     
Durante toda a zoeira
Saiu dessa sem por que
Seu pedido formulado
Para desfiliação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Fez acordo na justiça
Ficando isento de crime
E delatando a carniça
A lei assim o redime
Deve ter alavancado
Apoios em profusão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Mas decisão não discuto
Do Supremo Tribunal
Disse: Fale que te escuto
Se afaste que pega mal
Era PT declarado
Carregava a relação
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Dos heróis do “mensalão”
 
O Valdemar Costa Neto
Um Deputado atuante
Do governo era dileto
Atendia no “berrante” (instrumento  para chamar o gado)
Por mim era admirado
Antes mesmo da fusão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Sua sigla era o PL
Que o fundiu com o PRONA (Partido da Reedificação da Ordem Nacional)
Bom aqui que se revele
Porque logo veio à tona
E o Pê Erre foi parido
Com essa triste junção
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Dos heróis do “mensalão”
 
Sim, o partido do Enéas,
O sujeito da esperança
Segundo suas ideias
Tudo somente lambança
Mas faleceu o coitado
Teve a maior votação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Mas voltando ao Waldemar
Mamou quase dez milhões
Nunca esteve pra brincar
E nem lutar por tostões (fração antiga da nossa moeda)
Renunciou ao mandato
Para evitar cassação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Até de empresa “fantasma” (inexistente)
O homem se utilizou
A plateia ficou pasma
Quase oito anos pegou
Então ficou desgastado
Abatido o falastrão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Em troca desse “tutu” (Dinheiro)
Dava apoio no congresso
Com aliado e urubu
Neste Brasil de progresso
Seu mandato sepultado
Perdeu a reeleição
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Dos heróis do “mensalão”
 
Sua pena de pecúnia (Em dinheiro)
Foi acima do milhão
Aqui não houve calúnia
Retrucou um ancião
Que disso foi perguntado
Bem no centro da atenção
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Dos heróis do “mensalão”
 
Todos estão confiando
Nessa nova malandragem
Que a gangue está achando
Verdadeira sacanagem
Com Tribunal insultado
Numa retaliação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Estão usando a INTERNET
Pra dinheiro ajuntar
Não tem cheiro de pivete (Aroma gostoso)
Mas só querem humilhar
O dinheiro amontoado
Isso é desolação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Se eu fosse o Joaquim
Mandava até suspender
Atos de gente ruim
Da origem quero saber
Só sendo desmiolado
Pra não ter consternação
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Dos heróis do “mensalão”
 
No regime semiaberto
Foi sua condenação
Vai ficar mais tempo em casa
Do que mesmo na prisão
O crime foi compensado
Não é insinuação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Falar do Marcos Valério,
Que era grande empresário
Mas claro não era sério
Nem como publicitário
Conseguiu ser entronado
No miolo da questão (Centro, Casa Civil)
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Dos heróis do “mensalão”
 
Mantinha todos no bolso
Com seu poder de barganha
Quem como carne rói o osso
Só o sabido é quem ganha
Trabalho facilitado
Cercado de tubarão (gente poderosa)
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Dos heróis do “mensalão”
 
Em novo depoimento
O rapaz culpou o Lula
Não valeu seu argumento
Pensam que ele especula
Então desacreditado
Levado no camburão
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Dos heróis do “mensalão”
 
O Valério tinha amigos
Noutros países também
E em todos os sentidos
Pra todos queria o bem (?)
Porém foi desenganado
Acabou-se o furacão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Pegou mais de quarenta anos
E multa de três milhões
Mas não somos levianos
Pra acreditar nas prisões
Na progressão é enquadrado
Sem sofrer repreensão (bom comportamento)
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Dos heróis do “mensalão”
 
Então esse operador
Desse escândalo maluco
Pra casa vai sim senhor
Não sou assim tão caduco
Nem também abestalhado
Também não vejo visão
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Dos heróis do “mensalão”
 
O Vinícius Samarane,
Ex-diretor e atual
Teve na vida uma pane
Nesse tal do Banco Rural
Um sabido endiabrado
Mas causou desilusão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Condenado por lavagem
E até gestão fraudulenta
Tem de ir pra carceragem
A quadrilha ele sustenta
Nesse crime o iluminado
Terá nova votação
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Dos heróis do “mensalão”
 
 Por evasão de divisas
Já foi assim absolvido
Merecia umas pizzas
O povo é esquecido
Será ele inocentado
De quadrilha a formação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Oito anos e nove meses
Esse foi o seu decreto
Agora sofre revezes
Aqui nada é secreto
Seus olhos aboticados (bem abertos)
Pra melhorar a visão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Mas nesse caso, porém,
A votação empatou
Saques suspeitos também
Omitiu-se, mas negou,
Na pura calamidade
Foi vivo tal qual cancão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Desviou grande bolada
Cerca de trinta milhões
Em belíssima cartada
Agora só os grilhões
Eita sujeito entrosado
Falam que foi sacristão
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Dos heróis do “mensalão”
 
José Roberto Salgado,
“Cobra” do Banco Rural
Um diretor afamado
Bom, “et-cétera” e tal
Foi também acusado
Do desvio de milhões
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Dos heróis do “mensalão”
 
Por lavagem e quadrilha,
Mais fraudulenta gestão
Conhecia da apostilha
Que cuidava da evasão
Era um cara bem blindado
Tinha toda proteção
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Dos heróis do “mensalão”
 
Interessante que era
Pela sua cortesia
Emprestava como fera
E tudo sem garantia
Cliente recomendado
Por um bilhete ou cartão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Sempre mandava dinheiro
Pra contas no exterior
O Duda Mendonça arteiro
A sua esposa escapou
Por ele foi confessado
Depois duma enganação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Sua pena de primeira
De quase dezessete anos
Um milhão de brincadeira
Mas vai haver muitos reclamos
Um cara compenetrado
Que enganou nosso torrão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Gostei do Roberto Jefferson
Diretor do Pê TÊ BÊ
Entrara na Lei de Gérson
Denunciou pra valer
O Lula foi procurado
Bem antes duma eleição
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Dos heróis do “mensalão”
 
Contou-lhe tudo e o resto
Mas depois fez covardia
Mentira eu mesmo detesto
Disse quele não sabia
E Lula não foi guindado
CPI lavou a mão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Porém de qualquer maneira
Eu não o condenaria
Pois delator da besteira
Mas o governo sabia
Merece ser perdoado
Pela denunciação
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O coitado bem doente
Com câncer de contramão
Parece até indigente
Merece nosso perdão
Pra mim um cara arretado
Por toda revelação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Não fosse sua denúncia
Processo não haveria
Não fez uso da renúncia
Sabendo se estreparia
Lula por ele salvado
Esse sortudo e cagão
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Eu ainda mandaria
Devolver-lhe seu mandato
Pois agiu com ousadia
Com muito desiderato
Como prêmio foi cassado
Morreu sua aspiração
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Dos heróis do “mensalão”
 
Não livraram o Silvinho!
Mandachuva do Pê Tê
Pra ele deram jeitinho
Processo sem responder
Assim que foi premiado
Por conta da delação
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Dos heróis do “mensalão”
 
A verdade é que sem ele
Tudo estaria escondido
Mas sentiu na própria pele
Brasil mal agradecido
Com isso fico arretado
De tamanha comoção
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Dos heróis do “mensalão”
 
Bastaria devolver
A grana que recebeu
Pra reforço ao PTB
Tudo indica que não deu
Parece não foi gastado
Com os amigos de então
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Dos heróis do “mensalão”
 
O Supremo decretou
Sete anos de prisão
E mais multa lhe aplicou
Lavagem e corrupção
Nisso ele foi enquadrado
Um terço de redução
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Dos heróis do “mensalão”
 
Então o Romeu Queiroz
Que era um deputado
Do PTB tão feroz
Foi ele assim condenado
Por ter viabilizado
Lavagem e corrupção
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Dos heróis do “mensalão”
 
Foi ele quem entregou
Ao Jefferson toda grana
Quantia que dava horror
Atitude leviana
Porém o indigitado
Pra si ficou com quinhão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Lula mandava na Câmara
E no Senado também
Adorava comer tâmara
De tira-gosto, porém,
Tudo seria aprovado
Mesmo até sem discussão
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Dos heróis do “mensalão”
 
De seis anos e seis meses
Foi essa a sua sentença
Bem junto com seus fregueses
Mas sem direito a licença
Deve ser encarcerado
Vai pagar com reclusão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Também recebeu a multa
Pra mais de oitocentos mil
Porém esse não insulta
Os covardes do Brasil
Um homem extasiado
Vai viver em alçapão
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Dos heróis do “mensalão”
 
Pedro Henry Deputado (PP-MT)
Também entrou na parada
Para ver o sol quadrado
Nessa sua vil mancada
Por corrupção condenado
E por lavar um “montão” (Dinheiro)
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Dos heróis do “mensalão”
 
Mas ele foi absolvido
Duma outra imputação
Jamais quis ser um bandido
De quadrilha formação
Mas ele foi contemplado
Com boa premiação
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Dos heróis do “mensalão”
 
Sete anos e dois meses
Foi sua penalidade
O destino muitas vezes
Resolve a calamidade
Deverá ser enjaulado
Pro povo, satisfação,
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Dos heróis do “mensalão”
 
Ansilgus
 
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