Os 80 anos de Walter Porto
É março de 34
Um casal apaixonado
Festeja grande alegria
Momento tão esperado
Tiros de espingarda voam
E aos parentes ressoam
– Nasceu o meu advogado!
Seu Juca e Dona Alice
Esta vez comemoraram
O nascimento de seu filho
E a todos apresentaram
O primeiro do rebento
E de Walter, o chamaram.
E o moleque viveu
Logo as suas aventuras
Engolindo lambaris
Para nadar com postura
Junto à sua irmã Wasti
Mais o leal Javali
Para às matas com bravura.
Completado os 12 anos
Ganhou calçado primeiro
E naquela mesma época
Foi trabalhar de tropeiro
Levando cargas afora
Com seu ar de aventureiro.
E certa vez na picada
O animal refugou
Puxou a arma na mão
E o fantasma enfrentou
A bananeira confunde
O susto logo passou.
Chegado dessa viagem
Com tremenda dor-de-dente
A vovó juntou café
Com tijolo do batente
Não sabe como escapou
A dor se foi de repente.
No adventista de Mantena
Cursou ensino primário
O ginásio concluiu
Segujndo o itinerário
Foi também office boy
Comerciário e bancário.
Quando seu pai ficou doente
Demonstrou maturidade
E à família chamou
A responsabilidade
Cuidou de tudo bem certo
Com uma tamanha vontade.
No fim dos anos 50
À Academia ingressante
Da Polícia Militar
Sai de lá Aspirante
Começa assim a missão
Que vai seguir adiante.
Quando sua mãe ficou só
Com seu irmão Valdoni
Este então com 13 anos
Deu revólver pro guri
A mãe quase endoidou
Mas logo o fez sumir.
E em Paranavaí
Foi uma difícil missão
Mas o sucesso marcou
Delegando a região
Acabou a bandidagem
Virou nobre cidadão.
No ano de 66
Foi de bastante bom grado
Nasce seu primeiro filho
Que por Valter é chamado
É de Paranavaí
Herdeiro recém-chegado.
No ano de 69
Dando continuidade
Passa no vestibular
E vai para Faculdade
De Direito em Maringá
Cumprindo ao pai sua vontade.
É reprovado por faltas
Já em seu primeiro ano
Mas logo busca o estudo
Pra não lhe causar mais dano
E na colega Tereza
O encontra sem engano.
Os estudos encontraram
As histórias do casal
Em conversas e olhares
Buscando material
E a Karmann Ghia azul
Fez o amor no final.
Muito cheio de ciúmes
O namoro se inicia
O noivado e casamento
Vem com o passar dos dias
Começa os anos 70
Vida nova com alegria.
E entre uma cola e outra
O curso segue o seu rumo
Em companhia da esposa
Tudo caminha no prumo
Vem então a formatura
A vida pede consumo.
Assim o casal caminha
Em busca de sua jornada
Alegria e prosperidade
Surgem pela caminhada
Primeiro chega Priscylla
Willyam fecha ninhada.
E assim se revelou
Um pai querido e babão
Companheiro e amoroso
Ativo na criação
Educando e ensinando
Os formando cidadãos.
Mas puxo um pouco a lembrança
De um fato tão irreverente
Não sei como conseguiu
Agir tão rapidamente
Num ano ter 23
Carros fuscas diferentes.
E já em 98
Ocorre fato importante
A família toda unida
Tem encontro radiante
Com a fé no Senhor Jesus
Numa alegria cativante.
E aqui está um pouco
De uma vida no Cordel
Personagem de histórias
Que não cabem no papel
Um homem com suas lembranças
Deste rincão em andanças
Neste registro fiel.
E nasceu em Aimorés
Pra lá de Minas Gerais
E que brincou sua infância
Bem ao lado de seus pais
Viveu os altos e baixos
Pois é assim que se faz
E que vem neste momento
Somar um aniversário
Que é só mais um na contagem
Sem quebrar documentário
Desde já convida a todos
Para estar no centenário.
Londrina, 1o. de Março de 2014.