REMENDOS
Da cidade onde nasci;
Trago muita saudade.
Dos tempos que lá vivi,
De muita cumplicidade.
Dos tempos de criança;
Eu guardo na memória,
Das lindas histórias de amor,
Em baixo do pé de amora.
Sentávamos a conversar;
Tudo,sobre contos de fadas.
Meninas! Cheias de sonhos,
De corpo e alma lavada.
Na colheita papai prometia;
Fazer compras a gente ia.
Numa loja da cidade,
Todos a ele seguia.
Entre uma loja e outra;
Na capela eu iria.
Contar pra Nosso Senhor,
Tudo o que acontecia.
De lá saía contente;
E de promessa cumprida.
Pois papai havia feito,
Tudo o que a gente queria.
No lombo do burro seguia;
E tudo se ajeitava.
Voltar ao nosso lar,
Minha mãe já esperava.
A família aumentando;
O dinheiro já não dava.
Vovó fazia remendos,
Nas roupas que papai comprava.
A vida! Nada fácil;
Mas, todos festejando.
Com Deus Nosso Senhor,
A nós todos abençoando.
Chegando o fim do ano;
Aproximava o NATAL.
Meninada na capela,
Fazia aquele festival.
Batia o sino na capela;
Todos iam chegando.
Mamãe tão carinhosa,
À família se juntando.
À missa do galo, eu ia;
Encontrar alguns festeiros.
Todos comemorando,
Com aquele fogueteiro.
Menino Jesus na manjedoura;
Curiosa corria pra ver.
Aquela pobreza toda,
Só me fazia sofrer.
Pensava! Como é que pode;
Alguém tão poderoso.
Viver naquela pobreza,
Jesus Cristo, glorioso.
De volta pra casa,só alegria;
Pensando nas iguarias.
De doces e guloseimas,
Que mamãe sempre fazia.
Doce de tudo que é jeito;
Cidra, Mamão com queijo.
Comia de tudo um pouco,
Pra matar o meu desejo.
Saudade, tenho de tudo;
Daquilo que mais não vejo.
Dos amigos que ficaram,
Lá... naquele lugarejo.