CORDEL - SEVERINO COM A CACHAÇA
Severino é um sujeito
Muito doido e engraçado
Que mora lá em Rondônia
Só vive embriagado
Por isso onde ele passa
Todo mundo tira graça:
- Severino abilolado!
Festa sem o Severino
Não tem nenhuma graça
Pois ele se embriaga
E toma toda cachaça
Faz uma grande anarquia
É aquela alegria
Uma tremenda arruaça.
01
Severino com cachaça
É um cara muito chato
É grudado nos amigos
Igualzinho um carrapato
Tira onda das pessoas
Vive fazendo as loas
Um verdadeiro gaiato.
Certa vez, o Severino
Aprontou mil peripécias
Bebeu tanto que endoidou
Deu-lhe a gota da molesta
Quebrou toda sua casa
Saiu nu pela calçada
Gritando: Hoje tem festa!
02
Quando ele saiu nu
Correndo pela calçada
O povo se espantou
Fez a maior trovoada
Lá no fundo uma véia
Com a cara cheia de péia:
Severino, você me MATA!
Severino com cachaça
Ficou logo namorador
Paquerando as gatinhas
Com uma se engraçou
Foi a maior curtição
E rolando pelo chão
Os dois fizeram amor.
03
Quando foi no outro dia
Não lembrava o que fez
Os moleques bagunceiros
Disseram-lhe de uma vez
- Severino, a Maria?
- Aquela, daquele dia?
É um peste de um gay.
Um dia presenciei
Uma cena muito rara
Severino tava sóbrio
Não tinha enchido a cara
Mas a mulher o bateu
Ele se escafedeu
Foi tomar outra cachaça.
04
Severino com cachaça
É uma grande roubada
Derruba copos, garrafas,
Não faz xixi na privada
Se pendura em todo mundo,
Um tremendo vagabundo
Conta e repete piada.
Começa a pagar cachaça
Bebida pra todo mundo,
Todos viram seu amigo,
Seu sentimento é profundo
Marca festa e churrasco
É um tremendo fiasco
É o mais rico do mundo.
05
Severino com cachaça
Imita bicha assanhada
Beija e cospe seu amigo,
Mexe com sua cunhada,
Todo mundo ele logra
Elogia até a sogra,
E pensa: “ninguém viu nada”.
Metido a cozinheiro
Não sabe cozinhar nada
Só faz uma gororoba
Comida feia danada
Que não tem nenhum sabor
E não tem nenhum valor
Pra mim, está descartada.
06
Severino com cachaça
Fica chato, namorador
Milionário e bravo
Vira o El comedor
Um tremendo mulherengo
Com a cachaça no quengo
Um verdadeiro ator.
Severino, o valente
Apanhou dum aleijado
Deu num cego à traição
Se agarrou com um viado
Apanhou duma muié
Lá dentro do cabaré
Ficou desmoralizado.
07
Severino pé de cana
Severino beberrão
Apanhou de um aleijado
Deu num cego à traição
E ouvindo aquela quadra
Ele não dizia nada
Mas aprendeu a lição.
Se você não credita
No que aqui foi narrado
Pergunte ao meu irmão
O Tenente Irinaldo
Ele vai te descrever
Contar tudo a você
Ô! Severino errado.
Severino é gente boa
Verdadeiro amigão
Esse cordel tá mentindo
Foi pedido dum irmão
Para homenagear
Severino e seu bar
O melhor da região.
08