Eu, dez anos atraz, mais magra e com cabelos.
UM DIA FUI CLARALUNA
(Cordel)
Reedição
Meu cumpadi Airam Ribeiro
Eu vim modi lhi falá
U meu nomi istrangêro
Nunca vai nus separá
Eu só istava brincanu
Claraluna foi cheganu
E já quiria ficá.
Alembrei-me di carrêra
Isso vô lhi confessá,
Qui meu pai a vida intêra
Mandô eu mi orgulhá,
Dessi nomi difente
Qui herdei da sua genti
Lá na Espanha a morá.
Claraluna eu sô divera,
Minha alma é populá,
Eu afugentu as quimera
Cum meu eternu sonhá.
A amiga Hull de La Fuente
Num é Nada diferente
Nasceu para cordelá.
Di cordel Hull num intende
Mas tentô a vida intêra
E as tentativa lhi rende
Risadas e brincadêra
O qui ela iscrevi meu amigu,
Num é em volta du umbigu
É pra genti brasilêra.
Hull é cuma Claraluna
Foi ela qui a inventô,
Intonci esqueça a lacuna
A verdadêra ficô.
Eu falu atrapaiado
três idioma erradu
Pra cordelá cum amô.
Ocê podi mi chamá
Cuma faiz minha familia
É “Ulli” di lá pra cá,
“Rau” eu sô cá im Brasilia.
Inté na Europa eu sô
A mesma Ulli, sinhô,
Vizinha di siá Rutília.
“La noche de Clara Luna
En plenilunio quedò
Hoy yo soy la Fuente clara
La luna ya se metiò.
Para siempre serè tu amiga
Por eso non te fatigas
Ulli ès todo que restò.”
Cumpadi Airam ficou triste quando eu deixei de usar o pseudônimo CLARALUNA. Triste ele fez um cordel falando do assunto. O texto acima foi minha resposta pra ele.
Obrigada, querido parceiro e amigo Airam Ribeiro, amei aquele gesto bonito.
Claraluna será sempre o lado lúdico da minha chegada ao Recanto.
Um grande abraço,