CORDEL – Mote – Por favor, não me bajule, – Não venha puxar meu saco
 
Amigos, poetas e leitores. Nunca mais havia produzido um cordel em parceria. Chegando a oportunidade, resolemos, eu e a Aila Brito, essa brilhante poetisa, compor o cordel que segue abaixo, com seu mote pertinente. Aguardamos sua leitura e interações. Grande abraço.
 
 
CORDEL – Mote – Por favor, não me bajule, – Não venha puxar meu saco
Oitavas de sete sílabas poéticas
Em dueto com a poetisa Aila Brito
Rimas em ABBCDCD
Elisão optativa
Interações à vontade
01.01.2014
 
 
Aila compareceu com seus versos assim:
 
              I
A lisonja interesseira
Faz de ti um mau caminho
Sai pra lá interesseira
Melhor caminhar sozinho
Nem vestida assim de tule
Ou com o jeans e o casaco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO 
 
               II
Por causa da vaidade
Torna-se pessoa hipócrita
Vive pois tua verdade
Melhor é ficar incógnita
Do que calçada em ‘mule’
Com postura de cossaco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
               III
Vou te dizer outra vez
E vê se não me amola
Pra lá com tua altivez
Ou mando pedir esmola
Sou café quente no bule
Pra tratar animal retaco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
            IV
Não dá pra ficar assim
Nessa intriga que não para
Você quer tudo de mim
Mas na hora ‘H’, tomara!
Pois não me desestimule
Acabo virando um caco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
              V
Agora já me arrependo
De tudo que fiz pra ti
Se a ferida está doendo
Raspa com um bisturi
Ou vá acompanhar a ‘cule’
Ou se enfie num buraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
               VI
Sempre está a reclamar
Nada...nada a satisfaz
Gosta muito é de ‘sugar’
Vigarista contumaz
Por isso não mais postule
Nem venha com jeito fraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
         VII
Quero mais é ir embora
E não vou olhar pra trás
Já sei, é chegada a hora.
Deus me livre, satanás!
Por favor, não me atribule,
Ou te meto um cavaco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO         
 
 VIII
Desta vez é pra valer
Vou seguir um novo rumo
Fica aí a remoer
Da tua vida agora eu sumo
Nem grite nem gesticule
Do ouvido faço um naco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO  
 
 
Ansilgus fez as seguintes estrofes:
 
 
(1)
Sua presença constante
Tem algo de especial
Eu fico aqui vigilante
Você é gente do mal
De jeito algum me macule
Porque eu sou bom no taco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(2)
Tenho feito muita força
Pra me livrar de você
Os assuntos não distorça
Não venha com fuzuê
Nem queira que eu capitule
Porque senão eu ataco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(3)
Você gosta de endeusar
Mas só da boca pra fora
Mas então vou recusar
Veja se você me ignora
Antes que a raiva acumule
Sou um homem, não macaco,
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(4)
Dizer que sou seu guru
Não cola, já lhe falei,
Você vá plantar chuchu
Se disso entende não sei
Ou então que se articule
Sem armar qualquer barraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(5)
Sua postura é bem chata
Já estou pra me arretar
Pode até plantar batata
Boa colheita dará
Nunca mais me atribule
Pois com você eu me atraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(6)
Você quando me elogia
Faz um riso debochado
Sendo eu jamais faria
Não sou um dissimulado
Sou ruim e não calcule
Eu lhe transformo em cavaco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(7)
Da sua casa só presta
Aquela que sua irmã
Que gosta duma seresta
Com ela fico amanhã
Nem que o sangue coagule
Ou que caia num buraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
(8)
Se quer saber dum porém
Esqueça logo de mim
Detesto esse vai e vem
E quem vive agindo assim
Seu conceito reformule
Numa luta eu me destaco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO.
 
Imagem GOOGLE
 
Ansilgus
 
02/01/2014  - Jacó Filho interagiu assim, muito grato?

Eu disse a você, não pule,
Casar será um covil de gato...
Eu tentei, fiz o que pude,
Pra dar-lhe comida no prato...
Nunca pedi-lhe que me ajude,
E vivermos bem, é um fato...
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO.
 
Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
 
02/01/2014 - Antonio Tavares de Lima interagiu assim, grato.

Boa noite, poeta amigo. Feliz ano novo. |
Eu não quero bajular
Pois não e do meu feitio
Mas poeta é salutar
Dizer as coisas com brio
Por isso digo bem rude
Um cordel lindo de fato
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO
 
...Abraços, paz e luz neste 2014.
 
03/01/2014 - Alfredo D Alencar interagiu assim:
 
Vim à procura de artigo
Por Ansilgus formulado
Mas surpreende o amigo
No cordel de bom costado
Não haverá quem emule
Da oitava um só naco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA ENCHER MEU SACO.
 
A beleza deste poema
Componente feminino
Tem na Aila que da gema
É poetisa que faz hino
A dupla nos estimule
Fazer cordel mesmo fraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA PUXAR MEU SACO.
 
Monstruoso é este cordel
Que me empenhei em fazer
Incoerente e revel
Outro não vou escrever
De incompetente rotule
Pois meu texto é muito fraco
POR FAVOR, NÃO ME BAJULE,
NÃO VENHA ENCHER MEU SACO.
 
ansilgus e Aila Brito
Enviado por ansilgus em 01/01/2014
Reeditado em 04/01/2014
Código do texto: T4633010
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.