SANEAMENTO BÁSICO PARA POBRE

Salvo algum simples engano

São quarenta e poucos milhões,

Brasileiros sem saneamento

E os que vivem sobre valões,

Tem também as palafitas

Sempre em maiores proporções.

Uma triste 'Ilha de Deus'

Na Grande Recife existe,

Cobi de Baixo, em Vitória,

Com o tempo ainda resiste

Só de avistar de longe

Eu juro que fico triste!

Essas Famílias não têm

Água tratada, nem encanada,

As necessidades fisiológicas

Na maré são despejadas,

Morobá, moréia, mussum...

Com dejetos são engordadas.

Os peixes que acima citei

Vivem em locais enlameados,

Humanos em mangues e valões

Com esse alimento são sustentados

Dias depois, próximo dali...

Os peixes (estrumes)são jogados!

Nos barracos das palafitas

E nas favelas também

Saneamento não se conhece

Crianças doentes? Ah, isso têm!

O Presidente vive passeando,

O pobre só rezando...amém!

Tenho certeza absoluta

O Governo nem precisa sanear,

Por exemplo: Rede de esgotos

Em alguns lugares colocar,

O sujeito que não tem comida

Claro que não irá defecar!

Urinar? Em qualquer canto;

Lavar as mãos? Qualé, bicho?

Esse povão desempregado

Vai catar mesmo no lixo,

Comer a sobra do que sobrou

Do rico, com seu 'capricho'!

Já andei sobre tábuas

Num barraco eu entrei,

Que a mão esquerda não saiba

O que com a direita entreguei,

A alegria de uma Família

Prêmio gostoso que ganhei!

Esse mundo tão desigual

E essa roubalheira danada,

O humilde nem devia votar

É da classe mais prejudicada,

Tem pobre também em Brasília

Pobre de espírito? Palácio Alvorada!

Vou encerrando meus versos

Saneamento...conversa fiada,

Governante só pensa mesmo

Na elite,burguesia descarada,

Homenageio sempre os políticos

De dia, noite e até de madrugada,

Depois, me sentindo mais leve,

Dou uma descarga demorada!!!

Pedrinho Goltara
Enviado por Pedrinho Goltara em 25/04/2007
Código do texto: T462870