JORNADA DE PROFESSOR.

Quer aqui pedir licença,

E uma cravelha contar,

Dos amigos professores,

Que se afinca a trabalhar,

Desse nobre camarada,

E as agruras da jornada,

No qual se aventura está.

O professor meu amigo,

Tem um tremendo labor,

Na procura de inculcar,

Do melhor jeito que for,

No dia a dia incessante,

Na mente do estudante,

Aquilo de maior valor.

Desde a primeira série,

Por onde tudo começa,

Ali a pequena criança,

Vem como a rude peça,

Entra lá sem saber nada,

É o inicio da caminhada,

Que será grande abeça.

Cabendo ao professor,

Ensinar-lhe a caminhar,

Passa ali duzentos dias,

Sem o tempo protelar,

As insígnias a escrever,

Treinando a conhecer,

Nas horas que ali está.

Vence a primeira fase,

Um ano de aprendizado,

Mas isso só lhe ocorre,

Se ele for bem aplicado,

Só vai atingir sua meta,

Fazendo todas as tarefas,

Pras quais foi designado.

São duzentos dias letivos,

Tempo mínimo que se dá,

É isso em qualquer serie,

Que o aluno se matricular,

Em bimestres divididos,

Sendo preestabelecidos,

No calendário escolar.

São de oito anoso tempo,

Pro ensino fundamental,

Dividido em oito séries,

Desde o seu ano inicial,

Três anos o ensino médio,

Permanecem no colégio,

Até a sua conclusão final.

Em cada fase o mestre,

Esmera-se em planejar,

Milhares de atividades,

Por série em particular,

A melhor forma de agir,

Ansioso pra progredir,

E a seus alunos alcançar.

Às vezes sessenta horas,

Não lhes são suficientes,

Para atingir seu sucesso,

Devido aos displicentes,

Entretém-se em brincar,

E ao tempo desperdiçar,

Pelas ações incoerentes.

Muito além de horas aulas,

Vai o trabalho do mestre,

Pois mesmo fora de sala,

Do oficio não se esquece,

Por vezes em suas folgas,

Ao grande oficio se dobra,

Algo que ninguém merece.

Levar trabalhos pra casa,

Quase todo professor faz,

Preparando as atividades,

Até quando não dá mais,

Vive exaustante pressão,

Pra cumprir sua missão,

Por ser guerreiro e capaz.

Já estive fazendo a conta,

De nossa extensa jornada,

Serão vinte e cinco anos,

Dentro de uma sala de aula,

Sendo do sexo feminino,

Porém se for masculino,

São trinta anos camaradas.

Já pensastes quantos dias,

São de vossa contribuição,

Trezentos meses de aulas,

São Nove mil dias em ação,

Setenta e duas mil horas,

Por essas e outras escolas,

Com canseiras e aflição.

Sem falar no que se ouve,

Dos milhares de Zé Ruela,

Que não conhecem as lutas,

Que o professor está nela,

Pois se gasta no emprego,

Fingindo que tem sossego,

Pra não bater com a biela.

O que mais me entristece,

E ver que essa sociedade,

Ao invés de nos ajudarem,

Ao nosso espaço invade,

Tirando a nossa moral,

Fazem-nos de marginal,

Tiram nossa autoridade.

O aluno pode de tudo,

São frágeis e coitadinhos,

Professor não pode nada,

Necessita ser bonzinho,

Se não o próprio sistema,

Trata ele a duras penas,

E o aluno vira santinho.

Diante desse tal sistema,

Professor virou palhaço,

Pronto a aguentar bucha,

Então morrer de cansaço,

Só falo o que me compete,

Nós viramos marionetes,

Levado enxurrada a baixo.

Cosme B Araújo

16/12/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 16/12/2013
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