GAUCHENSE

Da caatinga ao espinilho

Das campinas ao sertão

Do Ceará eu sou filho

Do gaúcho sou irmão

Mulher bonita e donzela

Pingo bom e marchador

Formam uma pintura bela

Que alimentam meu amor

Arranco os dois da tela

Com a força do coração

Seguimos eu, nosso pingo e ela

Pelas coxilhas em canção

Em todo lugar que chego

Danço um belo vaneirão

A depender do aconchego

Danço xaxado e baião

No velho galpão crioulo

Carne de sol, chimarrão.

Churrasco, pão e miolo.

Melhor que isso? Tem não!

Dormir em rede é “bão”.

Cavalgar com bom pelego é demais!

Uma é feita de algodão

O outro de animais

Sendo vaqueiro ou gaúcho

Estou sempre arrumado

Com vestimenta de luxo

Encouraçado ou pilchado.

Com chapéu de couro e gibão

Sou cabra que não choraminga

De espinho não corro não.

Sou o rei da caatinga.

De cinto apertando o bucho

Com guaiaca e com punhal

Sou verdadeiro gaúcho

e enfrento todo e qualquer mal.